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Os (muitos e prematuros) danos que o sedentarismo na infância pode causar

Rigidez arterial e problemas vasculares são alguns dos malefícios causados pela falta de atividade física entre crianças e adolescentes

Por Ligia Moraes Atualizado em 26 mar 2024, 21h32 - Publicado em 26 mar 2024, 16h53

O aumento no sedentarismo desde a infância está associado a uma maior rigidez arterial –  indicadora de danos vasculares prematuros. A atividade física leve a moderada, no entanto, pode reduzir o risco. Essa foi a conclusão de um estudo conduzido em colaboração entre a Universidade de Oxford e as Universidades de Bristol e Exeter, na Inglaterra, e a Universidade da Finlândia Oriental. Os resultados foram publicados na revista científica Acta Physiologica, na última quinta-feira, 21. 

Os autores afirmam ser o maior e o mais longo estudo de acompanhamento de comportamento motor medido por acelerômetro e rigidez arterial do mundo. Para isso, eles utilizaram dados do Estudo Longitudinal Avon de Pais e Filhos (ALSPAC), também conhecido como Children of the 90s (Crianças dos anos 90), da Universidade de Bristol, no qual mais de 14.000 crianças, nascidas entre abril de 1991 e dezembro de 1992, e suas famílias, têm sido observadas intensivamente por mais de 25 anos.

Extensa coleta de dados

O estudo atual, por sua vez, analisou dados de 1.339 crianças dos 11 aos 24 anos de idade. Elas usaram dispositivos de acelerômetro na cintura aos 11, 15 e 24 anos por 4-7 dias, para  medir o deslocamento e tempo de atividade física, e tiveram medidas de rigidez arterial aos 17 e 24 anos. 

Além disso, suas amostras de sangue em jejum foram repetidamente medidas para glicose, insulina, colesterol de lipoproteínas de alta densidade, colesterol de lipoproteínas de baixa densidade, triglicerídeos e proteína C-reativa de alta sensibilidade. A pressão arterial, a frequência cardíaca, o status de fumante, a posição socioeconômica e o histórico familiar de doença cardiovascular foram levados em consideração nas análises.

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Descobertas

Os cientistas constataram que o aumento do “tempo sedentário” – isto é, o tempo em que a pessoa não se envolve em qualquer tipo de atividade física – de 6 para 9 horas diárias aumenta a rigidez arterial em 10%. Eles ainda estimam que 1 em 1000 adolescentes tenha danos vasculares graves.

Essa conclusão foi obtida a partir da análise da velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral (VOP), utilizada para medir a rigidez arterial. Se o aumento de 3 horas de sedentarismo no dia acelerou essa velocidade em 10%, as artérias também sofrem consequências – neste caso, o endurecimento. 

Impacto dos exercícios físicos

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Por outro lado, envolver-se em atividades físicas de intensidade moderada, durante pelo menos 3 horas por dia, reverteu a rigidez arterial e os danos vasculares. Já a atividade física vigorosa não reduziu a rigidez arterial, mas a aumentou ligeiramente, devido à adaptação fisiológica da parede vascular causada pelo aumento da massa muscular. Contudo, o aumento da rigidez arterial induzido por essa intensidade de exercício foi pelo menos 3 vezes menor do que o causado pelo tempo sedentário.

Os autores ainda apontam que já havia sido constatado –  usando o mesmo banco de dados, o ALSPAC – que o aumento no tempo sedentário entre a infância e a idade adulta jovem de, aproximadamente, 6 horas para 9 horas por dia acentuou a chance de desenvolver obesidade, dislipidemia, inflamação e aumento do coração. Fora a rigidez arterial ser identificada como um novo fator de risco para a obesidade na infância e adolescência, resistência à insulina, hipertensão, síndrome metabólica e danos cardíacos prematuros.

Ou seja, o sedentarismo na infância é mais perigoso para a saúde do que se pensava anteriormente. E, por isso, os cientistas recomendam que especialistas em saúde pública, formuladores de políticas de saúde, jornalistas de saúde, pediatras e pais encorajem as crianças a praticarem atividades físicas diariamente.

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