A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu a seus países membros, nesta quinta-feira, maiores investimentos no combate a doenças tropicais negligenciadas, que afetam 1,5 bilhão de pessoas no mundo e causam cerca de 500 000 mortes anualmente.
Em seu relatório, a organização cita casos em que a aplicação de verbas adicionais pode salvar vidas e prevenir problemas causados por estas doenças, como cegueira, deformações e invalidez. Dirk Engels, coordenador do Departamento de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas, disse que a África é “o continente com o maior número de casos, em termos absolutos”, mas que as moléstias atingem também a América Latina, o Oriente Médio, a Ásia e podem aparecer na Europa e nos Estados Unidos.
De acordo com a OMS, seria necessário investir 2,9 bilhões de dólares anualmente, até 2020 para combater as moléstias. Depois deste período, à medida que as doenças forem reduzidas ou erradicadas, o valor cairia para 1,6 bilhão de dólares anuais, por mais uma década, totalizando 34 bilhões de dólares, em dezesseis anos.
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A instituição prevê que, até 2017, 1,5 bilhão de pessoas receberão um tratamento preventivo contra essas doenças. Segundo Margaret Chan, diretora-geral da OMS, “o aumento do investimento por parte dos governos pode aliviar a miséria humana, distribuir de forma equitativa os ganhos e libertar multidões condenadas à pobreza”.
Doenças – As dezessete doenças tropicais negligenciadas são úlcera de Buruli, doença de Chagas, cisticercose, dengue, dracunculíase (doença do verme da Guiné), equinococose, fasciolíase, tripanossomíase africana (doença do sono), leishmaniose, hanseníase, filariose linfática (elefantíase), oncocercose (cegueira dos rios), raiva, esquistossomose, parasitoses, tracoma e bouba.
Embora essas enfermidades continuem causando mortes e afetando milhares de pessoas, nos últimos anos houve progressos em seu combate. Em 2012, mais de 800 milhões de pessoas afetadas por alguma destas doenças foram submetidas a um tratamento.
(Com AFP e Agência Brasil)