Nunca fomos tão infelizes, mostra pesquisa do Instituto Gallup
A condição, que afeta países pobres e ricos, está associada ao estresse, problemas financeiros e violência

A população mundial está menos feliz em 2018, é o que aponta pesquisa publicada pelo Instituto Gallup. A queda nas taxas de felicidade no mundo está relacionada, em especial, ao aumento do estresse originado pelas mais variadas razões. O levantamento revelou que humor global enfrenta seu pior momento desde que a primeira sondagem do tipo foi realizada em 2006. “Coletivamente, o mundo está mais estressado, preocupado, triste e sofrido hoje do que jamais vimos”, comentou Mohamed Younis, editor-gerente do grupo, em relatório.
O documento apontou que o país mais infeliz é a República Centro-Africana, devido a conflitos internos sangrentos que prejudicam o acesso de grande parte da população ao básico. Como a maior parte do território está fora do controle do governo, cerca de três em cada quatro moradores disseram ter sentido dor e preocupação nos últimos meses. Outros países com baixo registro de felicidade foram Iraque, Iêmen e Afeganistão – os dois últimos enfrentam guerras.
Segundo a BBC, o Relatório Mundial da Felicidade da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no início do ano, mostrou que a felicidade no Brasil também sofreu uma queda, caindo seis posições no ranking em relação à última pesquisa: agora ocupamos o 28° lugar numa lista com 156 países. Corrupção, questões financeiras e violência foram alguns dos itens que podem ter contribuído para o declínio.
Riqueza não traz felicidade
De acordo com a nova pesquisa, mesmo os países mais ricos não ficaram imunes à mudança de humor. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de metade dos entrevistados afirmou estar estressado – esse número foi muito similar às proporções registradas na República Centro-Africana.
Jan-Emmanuel de Neve, economista e professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, comentou que verificar essa piora no humor global é perturbador, especialmente quando há crescimento do progresso material no mundo. “Provavelmente existe um indicador mais estrutural ligado ao fato de a riqueza crescente não ser suficientemente inclusiva”, disse.
Apesar de não estar entre os países mais ricos, o Paraguai liderou a tabela das nações mais positivas: os moradores revelaram-se descansados, foram tratados com respeito, se divertiram ou aprenderam algo no dia anterior.
E o Brasil?
O relatório da ONU apontou que no Brasil, assim como em outros países da América Latina, a percepção de corrupção generalizada, as dificuldades econômicas – para 36% dos brasileiros os rendimentos financeiros não são suficientes para cobrir as necessidades – e os índices de violência contribuem para uma perda na satisfação da população em relação à própria qualidade de vida. Entre entrevistados do Brasil, Equador, Peru e Venezuela, 15% disseram ter sido vítimas de algum crime em 2017.
Onde está a felicidade?
Na Finlândia. O país conseguiu desbancar a Noruega, que apareceu em primeiro lugar na pesquisa anterior. Enrre alguns dos itens medidos pela pesquisa estavam o PIB per capita, o apoio social, a expectativa de vida, a saúde, a liberdade social, a generosidade e a ausência de corrupção.
Para os finlandeses, o acesso à natureza, à segurança, às boas creches e escolas e à assistência médica gratuita de qualidade estão entre os melhores pontos do país. Nem mesmo os invernos intensos foram capaz de reduzir a felicidade na Finlândia. Outros países onde o índice de felicidade é elevado são: Dinamarca, Islândia, Suíça, Holanda, Canadá, Nova Zelândia e Austrália.
(Com Reuters)
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