O Ministério da Saúde espera reduzir o intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose da vacina contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech a partir de setembro. Para tentar frear a variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, o governo avalia diminuir de 12 semanas para 21 dias o prazo entre as doses, como recomenda o fabricante em bula. A nova cepa é considerada mais contagiosa que as anteriores e começa a se espalhar pelo país.
Segundo Queiroga, a redução do intervalo só será avaliada quando toda a população adulta estiver imunizada com ao menos uma dose. A redução do intervalo dependerá do resultado dos estudos. “À medida que a gente avance na primeira dose, já se rediscutiu colocar a Pfizer no intervalo de 21 dias. [A previsão é] em setembro. Nós já temos 70% da população acima de 18 anos com a primeira dose”, disse o ministro, durante lançamento do projeto-piloto de testagem em massa contra a covid-19, em Brasília.
O intervalo de 90 dias, adotado pelo governo brasileiro, é baseado em estudos feitos no Canadá e Reino Unido, que apontam para uma eficácia tão alta quanto ou até mesmo superior a de 21 dias indicada em bula. Mas por aqui, o motivo para a adoção do período mais longo estava associada à baixa oferta do imunizante nos primeiros meses de entrega e não ao aumento da eficácia. Atualmente, as entregas já se regularizaram e
A possibilidade de antecipação do prazo da vacina da Pfizer tinha sido anunciada pelo Ministério da Saúde no fim de julho. A decisão havia sido tomada pelo governo federal junto com Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Na ocasião, a pasta só não tinha informado a data a partir da qual a redução do intervalo começaria porque esperava o avanço das campanhas de vacinação nos estados. Um estudo publicado nesta semana pela revista New England Journal of Medicine mostrou que a eficácia da primeira dose das vacinas Pfizer e Oxford-AstraZeneca cai de 50% para 35% contra a variante Delta. Com a segunda dose, a eficácia volta aos níveis verificados antes do surgimento da variante.
Em países como Israel, Estados Unidos, Reino Unido e Europa, a Delta é considerada responsável pelos recentes surtos da doença, mesmo diante de altas taxas de vacinação. Tanto que esses países começam a avaliar a aplicação de uma terceira dose, de reforço, em pessoas com sistema imunológico enfraquecido.
Com Agência Brasil