Grã-Bretanha quer promover alimentação saudável
Plano de 390 milhões de dólares será financiado pela indústria de alimentos
O governo britânico apresentou neste domingo um plano de 250 milhões de libras (390 milhões de dólares) financiado pela indústria para promover a alimentação saudável no país. A meta é fornecer a milhões de pessoas tíquetes que dão direito a descontos na compra de alimentos saudáveis.
O governo está promovendo o esquema como parte do programa Change4Life, que tem como objetivo combater o elevado percentual de obesos na população por meio de estímulos para consumo de alimentos saudáveis e para a prática de exercícios físicos.
Milhões de pessoas na Inglaterra receberão tíquetes que dão direito a descontos de 50 libras na aquisição de alimentos como iogurtes de baixa caloria, arroz integral, vegetais congelados, frutas e cerveja sem álcool. Os vales dão descontos em produtos de empresas do ramo alimentício, como Kellogg, Unilever e Nestlé.
O jornal semanal The News of the World, da empresa News Corp, do magnata Rupert Murdoch, vai distribuir 3 milhões de cartelas com vales, enquanto o Asda, braço britânico da varejista norte-americana Wal-Mart, distribuirá 1 milhão de tíquetes, e grupos comunitários, mais 1 milhão.
O secretário da Saúde, Andrew Lansley, disse que o esquema é um “grande exemplo de como o governo, a mídia, a indústria e os varejistas podem trabalhar em conjunto para ajudar as famílias a serem saudáveis.”
Mas Tim Lang, professor de política alimentar na Universidade de Londres, questionou a motivação das empresas alimentícias. “Essa é uma estratégia de saúde pública? Não, é uma estratégia de proteção de marcas corporativas,” disse ele à BBC.
Tam Fry, membro do conselho do Fórum Nacional da Obesidade, criado por médicos para destacar as consequências da obesidade para a saúde, definiu o programa como um passo na direção certa, mas afirmou ser uma medida demasiadamente de curto prazo para mudar a mentalidade das pessoas sobre a comida.
A campanha Change4Life foi originalmente lançada em 2009, pelo governo anterior, do Partido Trabalhista. Na ocasião foi dito que, se o programa fracassasse em sua meta de reduzir a obesidade dentro de três anos, as autoridades poderiam estudar a regulamentação da indústria de alimentos.
(Com Agência France-Presse)