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Estudo descobre ingrediente natural que aumenta efeito do filtro solar

Adição de ácido rosmarínico elevou FPS em mais de 41% e combinou fotoproteção com ação antienvelhecimento para a pele

Por Ricardo Muniz, da Agência Fapesp
Atualizado em 28 mar 2023, 14h02 - Publicado em 28 mar 2023, 11h25

Artigo publicado na revista Cosmetics descreve trabalho que incorporou a protetores solares um ingrediente ativo antioxidante, o ácido rosmarínico, junto a dois tradicionais filtros ultravioleta, um contra a radiação UVB, o metoxicinamato de octila, e outro contra a UVA, a avobenzona.

O grupo de pesquisa obteve aumento da eficácia do sistema fotoprotetor com a adição de somente 0,1% do ácido rosmarínico, uma concentração bem reduzida em comparação com as normalmente encontradas nos filtros ultravioleta tradicionais. O resultado melhorou o desempenho dos produtos sem a necessidade de aumentar as concentrações dos princípios ativos, reduzindo tanto a aplicação no corpo quanto o descarte de maiores proporções de substâncias químicas sintéticas no ambiente. Foi obtido um aumento superior a 41% do valor do fator de proteção solar (FPS: quanto maior, mais protegida está a pele da radiação solar) tanto in vitro quanto em seres humanos.

Outra vantagem foi que, ao adicionar à mistura dos filtros o ácido rosmarínico, as amostras adquiriram propriedades multifuncionais: o sistema passou a ter, além do desempenho fotoprotetor, atividade antioxidante para a pele, podendo agir como, por exemplo, um produto cosmético com ação antienvelhecimento.

“O interesse do nosso grupo de pesquisa ao investigar sistemas fotoprotetores está em avaliar potenciais estratégias para melhorar o desempenho dos protetores solares, isto é, descobrir meios para aumentar a proteção da pele contra a radiação proveniente do sol e, ainda, melhorar o perfil de estabilidade do produto para que se mantenha por mais tempo íntegro, seguro e eficaz”, diz o farmacêutico e bioquímico André Rolim Baby, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP). “Também buscamos produtos ou sistemas com menor impacto ambiental, quando há a possibilidade de reduzir a concentração dos filtros tradicionais por meio da incorporação de ingredientes naturais que contribuem com melhorias na formulação, e temos um grande interesse em mapear outras propriedades cosméticas das moléculas fotoprotetoras, como, por exemplo, ação antirradicalar [contra radicais livres] e protetora de biomarcadores das camadas mais externas da pele.”

Composto multifuncional

A investigação foi parte de um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), cujo objetivo foi mapear propriedades quimiopreventivas de filtros solares ultravioleta diversos.

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O ácido rosmarínico, uma substância polifenólica encontrada em plantas como alecrim e sálvia, tem diversos atributos biológicos, além do antioxidante: é antiviral, anti-inflamatório, imunomodulador, antibiótico e antineoplásico.

Em artigo de revisão publicado em 2022 na revista Nutrients intitulado Dietary Supplements and the Skin: Focus on Photoprotection and Antioxidant Activiy – A Review, o grupo de pesquisa ressaltou o uso e os benefícios dessa substância como suplemento alimentar com impacto em variados aspectos cosméticos da pele, como aumento da firmeza cutânea e redução de rugas. “Em outra investigação, verificamos que o ácido rosmarínico tem potencial efeito no aumento da hidratação superficial da pele, resultado que reforça a necessidade de mais estudos sobre essa substância na área da cosmetologia”, complementa o pesquisador.

Nos ensaios in vitro, foi usado um equipamento exclusivo para o estabelecimento de parâmetros da proteção solar, chamado Labsphere UV2000S, adquirido com financiamento da Fapesp.

O artigo também é assinado por Maíra de Oliveira Bispo, Ana Lucia Morocho-Jácome, Renata Miliani Martinez, Claudinéia Aparecida Sales de Oliveira Pinto, Maria Valéria Robles Velasco (USP), Cassiano Carlos Escudeiro (Instituto de Pesquisa Clínica Integrada, laboratório privado sediado em Jundiaí, SP) e Catarina Rosado, da Escola de Ciências e Tecnologias da Saúde da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, Portugal.

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