Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Todos os casos ainda são muito graves’, diz médico da CBF

Em entrevista exclusiva ao site de VEJA, o neurocirurgião Jorge Pagura avalia a situação dos sobreviventes: 'a maior preocupação é a infecção'

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 dez 2016, 18h10 - Publicado em 1 dez 2016, 17h15

Em entrevista exclusiva por telefone ao site de VEJA, o neurocirurgião Jorge Pagura, presidente da comissão de médicos da CBF, que está na Colômbia, comentou a situação dos sobreviventes da queda do avião que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros ocorrida na madrugada de terça-feira.

Como está o lateral Alan Ruschel? Neste momento, está no centro cirúrgico sendo submetido a uma limpeza dos ferimentos. Esse procedimento já estava programado. Há um fato que me preocupa, porém, que são as enzimas liberadas por causa da lesão muscular, o que chamamos de rabdomiólise. Essas substâncias podem ser danosas para os rins, aumentando o risco de causar insuficiência renal aguda. Felizmente, a parte renal do Allan está estável. O que posso dizer é que todos os casos, apesar de estáveis, são muito graves.

Qual a maior risco agora? O mais perigoso é a infecção por causa da natureza do acidente. Eles ficaram com ferimentos expostos a terra e também perderam sangue. Isso favorece o risco de infecções. Por isso, é importante mantê-los estáveis e monitorados.

Como o senhor avalia a situação geral? Honestamente, esperava encontrá-los em um estado mais crítico do que vi. O resgate demorou a chegar por causa da dificuldade de acesso ao local, inóspito. Eles estavam machucados, com feridas abertas e expostas a lama. Ficaram no frio, tiveram hipotermia. Tudo isso piora uma situação que já é grave. Eles tiveram contusões torácicas, mas é o que se espera de um acidente dessa proporção.

Eles estão conscientes? Chegaram conscientes. Agora, estão com um tubo na garganta porque têm contusões pulmonares e necessitam de uma boa ventilação, mas conseguem se comunicar. Posso dizer que, até agora, não detectamos nenhum acometimento cerebral grave.

Continua após a publicidade

Eles se comunicam de alguma forma? Estava ao lado do médico da Chapecoense Carlos Henrique Mendonça quando visitei os pacientes. O jornalista Rafael Henzel conseguiu apertar a mão dele. O goleiro Jackson Follmann também reconheceu o médico e levantou a cabeça. Isso mostra a importância de ver um rosto conhecido. Eles não conseguem se comunicar porque estão com o tubo. Apenas o Neto está com uma sedação mais forte.

Há previsão de quando eles devem ser transferidos para o Brasil? É difícil estabelecer um prazo. Primeiro, eles precisam estar estáveis clinicamente. Nossa ideia é transferir todos para um mesmo hospital em Medelin, para facilitar a logística de tratamento e o acesso das famílias. Agora, todo procedimento de emergência deve ser feito. Depois, poderão fazer outros procedimentos eletivos no Brasil.

Como o senhor avalia o atendimento nos hospitais locais? Eles estão sendo muito bem tratados. Mesmo nos hospitais de menor porte, o atendimento é excepcional. Não faltou nada em relação à equipamento e atenção profissional. A equipe é muito competente. Posso dizer que todos são solícitos. Senti isso por todos os lados, da população, do governo e também dos médicos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.