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Crianças com menos de 5 anos são principais vítimas de dengue grave

Segundo levantamento da Fiocruz, dos óbitos confirmados até os 14 anos, 44,2% ocorreram na faixa de 0 a 5 anos; grupo de 10 a 14 anos é o mais infectado

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 mar 2024, 19h56

As crianças com menos de 5 anos são as principais vítimas de episódios de dengue com maior gravidade no surto em andamento neste ano no Brasil, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 19, pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com o balanço, com dados do início do ano até o dia 9 de março, dos óbitos confirmados de pacientes de 0 a 14 anos, 44,2% ocorreram na faixa de 0 a 5 anos. O grupo de 10 a 14 anos, para o qual a vacina está disponível, é o que concentra mais infecções pela doença transmitida pelo Aedes aegypti.

O país enfrenta uma forte alta de casos de dengue desde as primeiras semanas de 2024 e, na semana passada, o número de casos de dengue no Brasil ultrapassou os registros de todo o ano de 2023, quando foram contabilizados 1.658.816 casos e 1.094 mortes pela doença.

Neste ano, foram registrados 1.937.651 casos da doença e 630 mortes. Outros 1.009 óbitos estão em investigação. O número de notificações até o momento é o maior dos últimos dez anos. No início de fevereiro, o ministério divulgou a estimativa de que o número de casos de dengue no país pode chegar a 4,2 milhões em 2024, índice que seria um recorde.

A análise, feita em parceria com a Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (FMP/Unifase), considerou informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. Entre as notificações, foram registrados 239.402 casos em crianças até 14 anos, dos quais 41,8% ocorreram na população de 10 a 14 anos. Em segundo lugar, ficou a faixa de 5 a 9 anos (33,7%), seguida do grupo de menores de 5 anos (24,5%).

Mortes de crianças por dengue

A avaliação dos óbitos mostra a gravidade para os pequenos. Há o registro de 52 óbitos, dos quais 36 estão em investigação e 16 foram confirmados. Nesse recorte, as vítimas fatais estão mais concentradas na população abaixo de 5 anos (44,2%) e o índice cai para 23,1% entre os jovens de 10 a 14 anos. O percentual é de 32,7% nas crianças de 5 a 9 anos.

“Nesse levantamento observamos que, apesar de concentrar o menor número de casos entre as crianças, a faixa etária entre 0 e 5 anos é a que mais morreu este ano vítima das formas mais graves da doença”, disse, em nota, o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini. “O Ministério da Saúde acerta em vacinar o grupo onde estamos vendo mais casos. Nossa recomendação é que a imunização avance para as crianças mais novas, que estão morrendo mais, proporcionalmente”.

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Vacina contra a dengue

O Distrito Federal e o estado de Goiás foram os primeiros a receber doses da vacina contra a dengue, dando início à campanha de imunização que, no momento, está concentrada na faixa dos 10 aos 14 anos de idade. Além dessas localidades, Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins também receberão doses que serão distribuídas para 521 municípios.

Eles foram selecionados por serem locais com mais de 100 mil habitantes que estão com predominância do sorotipo 2 da doença e tiveram números altos de notificações desde o ano passado. Também são pontos que registraram índices elevados de infecção nos últimos dez anos.

O grupo prioritário foi escolhido por ser o mais afetado por episódios que levam à internação.

Em outubro do ano passado, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, caso do Brasil. Por aqui, o imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) meses antes, em março.

O Ministério da Saúde seguiu a recomendação da entidade e vai ofertar o imunizante para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir a vacina no sistema público de saúde.

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Reações adversas da vacina

O Ministério da Saúde apresentou neste mês esclarecimentos sobre uma nota técnica com dados sobre eventos adversos relacionados à vacina contra dengue, a Qdenga, incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada no público de 10 a 14 anos.

Segundo o documento, entre as 365 mil doses aplicadas das redes pública e privada, foram relatadas 529 notificações, das quais 70 foram reações alérgicas, como hipersensibilidade e anafilaxia.

Os casos são considerados raros e especialistas recomendam que os pais continuem levando filhos a postos de vacinação para protegê-los contra infecção causada pelo mosquito Aedes aegypti.

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