O aumento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na Europa preocupa, mas não tem se refletido de forma drástica no número de mortes registradas. Entre os países do continente que observam uma alta na curva de casos, nove deles ultrapassaram os 10.000 novos positivados pelo vírus nesta terça-feira, 27: França, Reino Unido, Suíça, Itália, Rússia, Alemanha, Holanda, República Tcheca e Polônia. Contudo, apenas russos, tchecos e poloneses tiveram mais mortes do que no primeiro período de pico da Covid-19, entre março e maio.
Não se trata de uma segunda onda da pandemia na Europa, portanto. Especialistas afirmam que a extensão e o potencial de estrago da doença não se comparam ao primeiro período de contaminação. No pico europeu, a média diária de mortes girava em torno de 2.130. Atualmente, está em 185. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).
França, Reino Unido, Suíça, Itália são os países que mais tiveram novos casos nas últimas 24 horas. Os franceses, com 52.010 contaminados na última segunda-feira, 26 – um recorde do continente e quase oito vezes mais do que a maior marca do país durante o pico –, ainda não chegaram aos 300 óbitos em um dia nessa segunda fase de forte contaminação. No dia 4 de abril, a França teve seu maior número de vítimas: 2.007.
A Itália também apresenta atualmente o seu maior ponto na curva em relação aos casos, quatro vezes maior do que no pico em março, mas não chega nem perto de repetir o número nos óbitos. As 151 mortes no último domingo não chegam nem perto das 971 do dia 28/3. A situação se repete em países que chegaram a fechar seus comércios nas últimas semanas para controlar o avanço da doença, como Espanha, Holanda e Bélgica.
Já Rússia, República Tcheca e Polônia ligaram o alerta vermelho. Os russos registram 320 novas mortes nesta terça-feira, quase uma centena a mais do recorde de 232 no dia 29 de maio. Tchecos e poloneses tiveram um aumento percentual ainda maior. O primeiro teve 164 novos óbitos nas últimas 24 horas contra apenas 18 no pior dia do pico, em 15 de abril. Enquanto o segundo passou de 40 mortes em 25 de abril para 170 no último domingo, 25.