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Cortar apenas 250 calorias diárias ajuda a proteger o coração

Estudo mostrou que a restrição calórica moderada associada à prática de atividade física reduz o enrijecimento das artérias

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 set 2021, 14h33

O excesso de peso, a alimentação ruim e o sedentarismo estão entre os maiores inimigos da saúde cardiovascular. Um estudo publicado recentemente na revista científica Circulation revelou que a redução de apenas 250 calorias por dia, associada a prática de exercícios quatro vezes por semana já é capaz de melhorar significativamente a rigidez da aorta pacientes obesos. O melhor: para a saúde cardíaca, a diminuição calórica moderada apresentou maior impacto do que a redução drástica.

O enrijecimento da aorta consiste no endurecimento e perda da elasticidade da parede dessa artéria, o que impede que trabalhe adequadamente, dificultando a passagem e a distribuição do sangue e desregulando a pressão sanguínea. Isso resulta em aumento no risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose, infarto e derrame, além de possíveis danos ao cérebro, rins e fígado. “O problema ocorre naturalmente com a idade, mas é acelerado por fatores como obesidade, tabagismo, genética, sedentarismo e má alimentação”, explica o cardiologista Juliano Burckhardt, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores avaliaram 160 adultos sedentários e obesos com idades entre 65 e 79 anos, durante cinco meses. Os voluntários foram divididos em três grupos: prática de exercícios sem alteração na dieta; atividade física com redução de 250 calorias por dia; e realização de exercícios com restrição calórica de aproximadamente 600 calorias diárias. Nesse período, a estrutura e o funcionamento da aorta foram avaliados periodicamente por meio de ressonância magnética.

Os resultados mostraram que os grupos que combinaram restrição calórica com prática de exercícios apresentaram redução de 10% de seu peso, o que não ocorreu no grupo que apenas realizou as atividades físicas sem mudanças na dieta. No entanto, apenas os voluntários que passaram por restrição calórica moderada apresentaram melhora significativa da rigidez da aorta.

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“Estudos anteriores já haviam mostrado que a perda de peso resulta em melhorias metabólicas que melhoram a saúde da aorta. Então era de se esperar que a redução na rigidez da aorta fosse semelhante nos dois grupos que perderam peso. A hipótese levantada pelos pesquisadores para a diferença observada nos estudo é que uma restrição intensa de calorias resulta em um estado de fome, com aumento nos níveis dos hormônios do estresse, que também pode acelerar o enrijecimento das artérias”, explica Burckhardt, que também é nutrólogo, da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

O estudo reforça que pequenas mudanças, se realizadas de maneira consistente, podem promover impactos positivos na saúde cardiovascular e também alerta para o fato de dietas mais drásticas nem sempre trazerem resultados melhores. Tão importante quanto a quantidade de calorias, é a qualidade dessas calorias. Alimentos ricos em açúcar, gorduras e carboidratos simples, fornecem uma grande quantidade de calorias, mas com pouco ou nenhum valor nutricional para o organismo. Já uma dieta rica em folhas, verduras, legumes, frutas, oleaginosas e cereais integrais fornecem boas calorias para o organismo, visto que são  ricos em vitaminas, minerais, proteínas e gorduras de boa qualidade. “Mais importante do que sair cortando calorias loucamente é consultar um médico para receber orientações adequadas para uma readequação alimentar saudável e bem-sucedida”, ressalta Burckhardt.

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