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Coronavírus: 14 respostas sobre a ameaça chinesa

Um tira-dúvidas sobre a infecção que provoca temor global

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 fev 2021, 10h53 - Publicado em 31 jan 2020, 06h00

O que é a nova cepa do coronavírus identificada na China? O 2019-nCoV, eis sua identificação científica, faz parte do grupo coronavírus, que pode infectar tanto animais quanto seres humanos. Recebe esse nome porque tem em sua membrana — vista por meio de microscópios — uma silhueta que se assemelha à coroa (corona) do sol.

Quais são os sintomas? Os mais prevalentes são febre, tosse e falta de ar. Alguns pacientes apresentam coriza e diarreia. Casos graves podem evoluir para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave e insuficiência renal. Ressalte-se, contudo, que são ocorrências comuns a diversas enfermidades — daí a importância de sempre procurar orientação médica.

Como ele é transmitido? Pelo contato com gotículas de secreção liberadas quando o paciente espirra ou tosse. Dados iniciais mostram que cada indivíduo infectado transmite o vírus para, em média, 2,6 pessoas. A taxa é semelhante à do H1N1, da família da gripe influenza, e bem mais baixa que a do sarampo. Só em raros casos pode haver transmissão do coronavírus de animais para humanos — é o que se supõe ter ocorrido na China, agora.

Qual é o período de incubação? Estima-se que o tempo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas varie de dois a catorze dias.

Quais são as semelhanças e as diferenças em relação a outros vírus? O 2019-nCoV é da mesma família do vírus da síndrome respiratória aguda grave (Sars) e da síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers), e tem semelhanças, como sintomas e formas de transmissão, também com o H1N1. A letalidade do novo vírus parece ser bem menor que a de seus familiares. Mas há um porém: enquanto os vírus da Sars e Mers são transmitidos apenas quando os sintomas estão ativos, há indícios de que o 2019-nCoV possa ser passado por pessoas assintomáticas.

Quais são os riscos de o vírus se alastrar no Brasil? Segundo especialistas, o risco existe, embora reduzido, já que a China é um relevante parceiro comercial do Brasil e há um alto fluxo de pessoas entre os dois países. A identificação precoce, em eventuais casos positivos, é meio caminho andado para o tratamento.

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É grave? Cerca de 25% dos casos confirmados foram classificados como severos. A taxa de mortalidade é de 2,1%, considerada média. É semelhante à da gripe espanhola (2%), mas inferior à da Sars (10%) e da Mers (40%) e superior à do H1N1 (0,1%). Grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com problemas de saúde, têm maior probabilidade de apresentar complicações.

Como é o tratamento? Não há, ainda, um medicamento específico. O tratamento consiste na administração de remédios para alívio dos sintomas e no suporte de terapia intensiva em casos mais graves.

Há vacina? Ainda não, mas a expectativa entre os pesquisadores é que ela seja desenvolvida em até três meses — e estará disponível antes mesmo de um remédio específico para combater os sintomas do coronavírus. Diversos antivirais, como o remdesivir e remédios contra o HIV, estão sendo testados no combate ao novo vírus, mas é cedo para dizer se algum deles será eficaz.

Como deve proceder, do ponto de vista de precaução, quem estiver em regiões onde já foram confirmados casos de contaminação? A pessoa deve evitar contato próximo com quem apresentar sintomas de infecção respiratória; lavar frequentemente as mãos com água e sabão; praticar a chamada “etiqueta da tosse” (manter distância ao tossir ou espirrar, usar um tecido para proteger a boca e o nariz e lavar as mãos em seguida). Na China, recomenda-­se não ir a mercados que tenham animais vivos nem visitar porções rurais do país.

O que fazer em caso de retorno recente — trinta dias ou menos — de viagem à China? A recomendação é procurar imediatamente um serviço de saúde se houver sintomas como febre e problemas respiratórios. Pessoas que retornaram há mais de quinze dias e não apresentaram sintomas não precisam se preocupar.

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Devo me preocupar se visitei outros países com casos já confirmados? Não há motivo para preocupação. Até o momento, só há circulação do vírus na China.

Se importei um produto chinês, corro risco? Não. O vírus é transmitido pelo contato com secreções e não sobrevive muito tempo fora do corpo humano.

Tenho viagem marcada para a China. Posso ir? O Ministério da Saúde sugere adiar as viagens à China. Mas não há proibição.

Fontes: Ministério da Saúde; Carlos Starling, infectologista, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia; Mirian Dal Ben, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo

Publicado em VEJA de 5 de fevereiro de 2020, edição nº 2672

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