Combinação de duas terapias é arma poderosa contra melanoma
De acordo com estudo, 58% dos pacientes tratados com dois imunoterápicos -- nivolumabe e ipilimumabe -- tiveram redução dos tumores metastáticos
A combinação de dois medicamentos contra o câncer se mostrou eficaz para o tratamento de melanoma em estágio avançado. É o que mostram os resultados de um estudo britânico apresentados durante o congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos. O melanoma é considerado o tipo mais agressivo de câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), representa 4% dos tumores malignos, com 6.230 casos e 1.507 mortes.
Para o estudo, foram avaliados 945 pacientes. Em fase final de pesquisa, comparou-se a ação terapêutica da nivolumabe (Opdivo) isoladamente ou em combinação com ipilimumabe (Yervoy). Os achados mostram que a ação conjunta das terapias foi “significativamente mais eficaz do que o ipilimumabe sozinho”.
Segundo a pesquisa, publicada na revista científica New England Journal of Medicine, 58% dos pacientes que tomaram os dois medicamentos apresentaram uma redução dos tumores — contra 19% dos que receberam apenas o ipilimumabe.
Depois de nove meses de tratamento, o nivolumabe mais do que duplicou o período médio sem progressão do melanoma em comparação com ipilimumabe — para 6,9 meses contra 2,9 meses.Quando ambos os tratamentos foram combinados, o tempo aumentou para 11,5 meses.
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O nivolumabe bloqueia uma proteína chamada PD-1, que evita que o sistema imunológico localize e destrua as células cancerosas. Já o Yervoy, a primeira imunoterapia desenvolvida contra o melanoma, desbloqueia a proteína CTL-4 encontrada nas células do sistema imunológico, permitindo um ataque mais potente.
O número de efeitos colaterais severos foi mais alto entre os pacientes que receberam o tratamento nivolumab-ipilimumab combinado. Alguns tiveram que parar o tratamento devido a sintomas como fadiga, diarreia e complicações na pele.
Ambas as moléculas são fabricadas pela farmacêutica americana Bristol-Meyers Squibb, que financiou o estudo. Até agora, o ipilimumabe e o nivolumabe foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration), a agência americana que regula medicamentos, apenas para tratar separadamente melanomas metastáticos inoperáveis ou avançados que não respondem aos tratamentos convencionais.
(Com agência France-Presse)