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Brasil supera 1 milhão de casos de dengue em dois meses de surto

Segundo balanço do Ministério da Saúde, país soma 214 óbitos; dia D contra o "Aedes aegypti" será neste sábado, 2 de março

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 mar 2024, 11h01 - Publicado em 29 fev 2024, 16h26

O Brasil ultrapassou 1 milhão de casos de dengue nesta quinta-feira, 29, segundo o balanço de notificações do Ministério da Saúde. Em meio a um surto da doença, o país soma, apenas nos dois primeiros meses de 2024, 1.017.270 casos e 214 mortes. Outros 687 óbitos estão em investigação. No início do mês, o ministério divulgou a estimativa de que o número de casos de dengue pode chegar a 4,2 milhões em 2024, índice que seria um recorde.

Em 2023, na mesma semana epidemiológica, o país somava 207.475 casos de dengue e atingiu 1 milhão de registros da doença no período entre 30 de abril e 6 de maio, na semana epidemiológica 18. Durante todo o ano passado, foram registrados 1.658.816 casos e 1.094 mortes por dengue.

Em coletiva nesta terça-feira, 27, o ministério anunciou que vai realizar o dia D contra a dengue neste sábado, 2, com ações para prevenção e eliminação de criadouros em todo o país. A ministra Nísia Andrade tem alertado que 75% dos focos do Aedes aegypti estão em residências.

Na ocasião, ela explicou que o cenário tem sido atípico desde o ano passado e diferentes fatores têm favorecido o aumento de casos, desde as condições climáticas até a interiorização dos casos, passando pela troca do sorotipo prevalente.

Segundo Nísia, os quatro sorotipos estão em circulação no país, com o 4 de forma mais pontual. “Muitos estados em que tínhamos a prevalência do sorotipo 1, estão com uma grande incidência do sorotipo 2, como o Distrito Federal, que tem 40% dos casos ligados com o tipo 2.”

Surto de dengue no Brasil

Desde 2022, a dengue voltou a crescer no país. A partir das primeiras semanas do ano, os números da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti começaram a escalar de forma preocupante, fazendo com que estados e municípios brasileiros implementassem medidas como aumento de leitos e tendas para hidratação dos pacientes. Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais declararam situação de emergência por epidemia neste ano. O decreto também foi publicado em 154 municípios.

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Segundo o Ministério da Saúde, o Distrito Federal concentra o maior número de casos por 100 mil habitantes. Lá, um hospital de campanha da Força Aérea Brasileira (FAB) foi montado para fazer o atendimento de pacientes que precisam de hidratação.

A doença tem colocado o mundo em alerta por estar se alastrando em novas e antigas regiões com a ajuda das mudanças climáticas, que criam condições propícias para a reprodução e proliferação dos mosquitos. Desde o ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o tom ao se debruçar sobre dados e constatar que, em 2022, as taxas de infecção aumentaram oito vezes em relação ao ano 2000.

Em visita ao Brasil no início do mês, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que “o surto atual faz parte de um grande aumento em escala global da dengue”. Segundo Adhanom, o levantamento da entidade apontou que, no ano passado, foram notificados 5 milhões de casos e 5.000 óbitos relacionados com a infecção em mais de oitenta países.

Vacina contra a dengue

O Distrito Federal e o estado de Goiás foram os primeiros a receber doses da vacina contra a dengue, dando início à campanha de imunização que, no momento, está concentrada na faixa dos 10 e 11 anos de idade. Além dessas localidades, Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins também receberão doses que serão distribuídas para 521 municípios.

Eles foram selecionados por serem locais com mais de 100 mil habitantes que estão com predominância do sorotipo 2 da doença e tiveram números altos de notificações desde o ano passado. Também são pontos que registraram índices elevados de infecção nos últimos dez anos.

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Com o envio de novas doses, o cronograma vai contemplar as demais faixas etárias até os 14 anos, grupo prioritário escolhido por ser o mais afetado por episódios que levam à internação.

Em outubro do ano passado, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, caso do Brasil. Por aqui, o imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) meses antes, em março.

O Ministério da Saúde seguiu a recomendação da entidade e vai ofertar o imunizante para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir a vacina no sistema público de saúde.

O país recebeu cerca de 750.000 doses, parte da primeira remessa com 1,32 milhão de doses adquiridas pelo governo brasileiro. Também está prevista a entrega de 568.000 doses ainda neste mês. Neste ano, está prevista a chegada escalonada de mais 5,2 milhões de doses. Para 2025, foram adquiridas 9 milhões de doses.

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