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A fórmula que aponta problemas no fígado. Saiba como anda o seu

Informações obtidas em exames de sangue simples permitem averiguar danos ao órgão. Gordura no fígado é hoje a grande preocupação dos especialistas

Por Diogo Sponchiato
Atualizado em 2 Maio 2023, 10h18 - Publicado em 2 Maio 2023, 10h00

O fígado é reconhecido na medicina por ser um órgão multitarefas e resistente a agressões. Isso significa que ele dá duro e trabalha mesmo aos trancos e barrancos, mas também que não devemos aguardar sinais de que algo não está bem ali para apurar seu estado em um check-up.

O assunto se tornou crítico nos últimos anos devido a um problema de saúde cada vez mais prevalente: a doença hepática gordurosa não alcoólica. Como o nome delata, ela é consequência do acúmulo de gordura no órgão e não tem a ver com o consumo etílico.

O problema está diretamente associado ao ganho de peso, ao sedentarismo e a uma dieta desequilibrada. Hoje se estima que 30% da população tenha algum grau de esteatose, termo técnico para o depósito de gordura, na região. Entre pessoas com diabetes, doença comum no país, o número salta para 80%.

A gordura no fígado é uma condição ardilosa porque costuma passar anos sem dar sintomas. Mas, da mesma forma que outros fatores que sabidamente maltratam o órgão, como infecções virais, álcool e uso de drogas, o depósito gorduroso pode abrir caminho à falência hepática.

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“Nos Estados Unidos, a esteatose já se tornou a segunda maior causa de câncer de fígado. Fora isso, sabemos que sua presença está associada a maior risco de problemas cardiovasculares”, diz o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, que organizou recentemente um evento médico voltado ao tema.

De fato, é preocupante: a gordura no fígado está conectada, direta ou indiretamente, às duas maiores causas de morte do planeta. Outro dado alarmante, ressaltado pelo pesquisador da USP de Ribeirão Preto, é que muitas vezes os médicos deixam de pedir exames para investigar o estado do órgão. E, assim, a gordura e os estragos que provoca podem ficar encobertos.

+ LEIA TAMBÉM: Estudo revela que ultraprocessados ameaçam saúde do fígado

Exames para descobrir a gordura no fígado

A esteatose hepática é um quadro crônico, progressivo e silencioso. Pode evoluir para hepatite (inflamação do fígado), cirrose ou câncer. A depender da gravidade, só um transplante pode resolver a situação.

Com diagnóstico precoce, porém, fica mais fácil administrá-la. E o tratamento envolve mudanças no estilo de vida, com ajustes na alimentação, perda de peso e prática de exercícios, bem como suplementos e medicamentos prescritos pelo médico.

Em geral, a doença alcoólica gordurosa não alcoólica é percebida após um exame de ultrassom do abdômen ou exames de sangue que dosam enzimas produzidas pelo fígado, a TGO e a TGP — em alta, elas indicam potenciais encrencas.

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Mas esses métodos não dão muitos detalhes do que está acontecendo. A melhor forma de avaliar a presença e cravar o estágio da esteatose, ainda que seja inicial, é um exame chamado elastografia. Pouco invasivo e rápido de fazer, infelizmente ele ainda não é tão acessível no país. E um dos motivos é que nem sempre os médicos o recomendam nas consultas.

+ LEIA TAMBÉM: Pesquisa acusa lacunas na prescrição de exames e remédios

Fórmula que dá pistas

Na tentativa de encontrar meios mais simples de apurar como anda o fígado, especialistas criaram e validaram internacionalmente uma fórmula simples que acusa pelo menos danos mais severos ao órgão. Trata-se do FIB-4, um cálculo que, ao lançar mão de quatro informações facilmente obtidas, dá uma noção do risco que o fígado está correndo.

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A fórmula se baseia em quatro dados:

  • idade do paciente
  • nível de TGO no sangue
  • nível de TGP no sangue
  • contagem de plaquetas no sangue

Hoje, com o auxílio de aplicativos e sites, é possível botar os valores e ter o resultado em segundos. De acordo com Couri, essa ferramenta deveria ser mais utilizada pelos profissionais de saúde. Ainda que não aponte casos mais precoces de problemas hepáticos, indica que há boas chances de o fígado apresentar (ou não) fibrose, cicatrizes que são resultado de anos de lesões, e cirrose propriamente dita.

A fim de facilitar a vida dos profissionais, laboratórios de análises clínicas estão começando a adotar o FIB-4 em suas baterias de exames. A ideia é, com base naqueles quatro dados, já realizar automaticamente o cálculo e informar o médico e o paciente sobre o risco hepático.

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“É um recurso simples e valioso para investigarmos melhor quem tem um problema sério no fígado e às vezes não tem sintomas nem faz ideia disso”, justifica Couri.

Se você tiver as informações em mãos, pode checar como anda seu fígado acessando a uma calculadora de FIB-4. Lembrando que os resultados devem ser sempre compartilhados e discutidos com um médico.

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