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Dois por um

Autores do ótimo 'Trabalhar Cansa', os diretores Juliana Rojas e Marco Dutra arriscam ao cindir 'As Boas Maneiras' em dois médias-metragens muito diversos

Por Isabela Boscov Atualizado em 1 jun 2018, 06h00 - Publicado em 1 jun 2018, 06h00

Clara (a portuguesa Isabél Zuaa) precisa desesperadamente de emprego, mas suas referências vagas e a inexperiência como babá não impressionam a jovem Ana (Marjorie Estiano, ótima), que está a alguns meses de dar à luz. Ana, então, sente-se mal, e Clara se mostra eficiente e segura ao socorrê-la: está contratada. A relação entre as duas se estreita na mesma medida em que a solidão de Ana se agrava e a gestação fica, digamos, estranha. Quanto mais a barriga cresce, mais profundos se tornam os surtos de sonambulismo de Ana, e mais intenso seu desejo por carne — crua, de preferência. Quase na exata metade, As Boas Maneiras (Brasil/França, 2017), que estreia nesta quinta-feira, sofre uma reviravolta que efetivamente o cinde em dois: se na primeira parte o que se tem é um interessante estudo da cumplicidade e então algo mais entre duas mulheres sós no mundo, na segunda parte o elemento sobrenatural que se havia apenas insinuado até aí toma a dianteira.

Os diretores Juliana Rojas e Marco Dutra, do excelente Trabalhar Cansa (2011), são dos raríssimos praticantes do terror a sério no cinema nacional, e entre seus fortes está casar o gênero ao comentário social e de costumes. Aqui, porém, o saldo é irregular. Ele se deve à opção por dividir em vez de entretecer e à longa duração: o que se tem, afinal, não é um filme, e sim dois médias-metragens muito diversos. Não necessariamente o espectador que se interessa por um incluiria na conta ver o outro.

Juliana Rojas e Marco Dutra são talentos verdadeiros mas, com As Boas Maneiras, talvez queiram da plateia mais maleabilidade do que seria justo exigir.

Publicado em VEJA de 6 de junho de 2018, edição nº 2585

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