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Sob o comando de Michel Temer, PMDB usará 2012 para testar sua força nas capitais e nas grandes cidades do país

Depois de acusar o PT de tentar roubar seu protagonismo municipalista, PMDB investe nas candidaturas próprias e lança nomes em 24 capitais

Por Thais Arbex e Cida Alves
1 abr 2012, 09h51
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  • “O PMDB é um partido municipalista. Acho muito difícil perdermos a marca de ser o partido com mais prefeitos no Brasil”, afirmou Raupp

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    A palavra de ordem do PMDB nas eleições municipais deste ano será candidatura própria. Sob o comando do vice-presidente Michel Temer e do senador Valdir Raupp, que assumiu interinamente a presidência do partido no início do governo Dilma, com a eleição de Temer para a vice-presidência, a legenda pretende superar a marca dos atuais 1.154 prefeitos. Para isso, lançará mais de 3.000 candidatos em todo o Brasil.

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    Mais do que quantidade, o PMDB quer também qualidade. A investida será nas capitais e nas grandes cidades do país. O objetivo é conquistar ao menos oito capitais. A direção do partido admite que a meta é ambiciosa, mas lançará candidatos a prefeito em 24 das 26 capitais. Ficaram fora da lista apenas Goiânia e Porto Alegre. Na última eleição municipal, em 2008, a legenda teve candidatos majoritários em apenas 11 capitais. Hoje, o PMDB comanda três delas: Rio de Janeiro, com o prefeito Eduardo Paes; Campo Grande, com Nelson Trad Filho; e Florianópolis, com Dário Elias Berger.

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    Raupp começou a percorrer o país em março do ano passado com o objetivo de fortalecer a sigla para as eleições de 2012 e 2014. A estratégia era atrair novos filiados e formar bases do partido no maior número de cidades possível.

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    “O PMDB é um partido municipalista. Acho muito difícil perdermos a marca de ser o partido com mais prefeitos no Brasil”, afirmou. “Temos feito uma cruzada pelo país desde o ano passado, quando assumi interinamente a presidência do PMDB. Orientamos todos os presidentes regionais a apostarem nas candidaturas próprias”, disse.

    Nos diretórios municipais, a ordem dada por Michel Temer é a seguinte: nas cidades em que o PMDB não tiver nomes fortes o suficiente para entrar na disputa, caberá ao diretório estadual a decisão final sobre uma possível coligação. Ou seja, Temer quer, ele próprio, escolher os candidatos.

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    A cúpula do partido trabalha com a ideia de que é inadmissível que o maior partido do país, que tem o maior número de governadores, prefeitos, vereadores, deputados estaduais, senadores e a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados não esteja na chapa majoritária na maior parte dos municípios do país.

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    Teste de força – Em um manifesto público divulgado no início do mês, 53 deputados federais do PMDB criticaram a forma de governar do PT e da presidente Dilma Rousseff. Os parlamentares reivindicavam mais espaço dentro do governo e acusaram o PT de querer tirar o “protagonismo municipalista” do PMDB. Os petistas já definiram que a prioriodade é lançar candidaturas próprias em 86 das 118 cidades com mais de com mais de 150 000 eleitores. Hoje, o PT comanda 33 delas – é o partido com maior presença nessas cidades. O PMDB vem em segundo lugar, com vinte; o PDT com dezesseis; PSDB, catorze; e PSB com nove.

    Também já está definido que o PT disputará quinze capitais encabeçando as chapas. Os números foram fechados pela direção nacional do partido há um mês, mas podem mudar de acordo com a definição das alianças. O presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão, tem afirmado que o PT quer ampliar seu modo de governar para mais municípios, mas não almeja uma hegemonia nacional. Ele garante também que o PT quer, inclusive, ampliar suas parcerias com o PMDB nos municípios.

    Em São Paulo, o plano é aumentar o número de prefeituras que o partido comanda no estado para fortalecer a legenda para conquistar o governo paulista em 2014. “Queremos aumentar o número de prefeitos para aumentar a nossa capicidade de dialógo com a sociedade e aumentar a capacidade de organização política para 2014. Ao governar um número maior de cidades, o PT quer mostrar para a sociedade que é uma alternativa para comandar o estado”, afirmou o presidente estadual da sigla, deputado Edinho Silva.

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    Só no estado de São Paulo, PT estima que lançará mais de 300 candidatos a prefeito e 5 000 candidatos a vereadores.

    Mas não é só o avanço do PT que preocupa o PMDB. Os dados de outros partidos também colocam em risco a característica municipalista do partido. Entre 2004 e 2008, o PCdoB, por exemplo, aumentou em 310% o número de prefeitos pelo país: passou de dez eleitos em 2004 para 41 em 2008. PSB, PV e PDT também estão entre os seis partidos que mais aumentaram o número de prefeituras entre 2004 e 2008.

    O PT cresceu 39%, sendo a terceira legenda com maior acréscimo no número de prefeitos. Em 2004, no primeiro ano do primeiro mandato do Lula, o PT elegeu 411 prefeitos. Em 2008, na primeira eleição municipal pós-mensalão, quando foram lançados 1630 candidatos, o partido do ex-presidente Lula elegeu 559 prefeitos.

    No mesmo período, o PMDB cresceu apenas 14%. De 1057 prefeitos eleitos em 2004, passou para 1 205 em 2008. Ainda assim, hoje o PMDB é o partido que tem mais prefeitos, com 1154. Em segundo lugar, com 793, está o PSDB. O PT contabiliza 558.

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    O PT governa hoje, em nível municipal, para quase 20 milhões de eleitores (19.969.198 eleitores), um crescimento de 17% em relação a 2004 (17.055.262 eleitores). Desde a primeira eleição municipal, em 1982, só viu o número de seus prefeitos aumentar: Em 1982, o PT elegeu apenas dois prefeitos. Em 1988, 37; em 1992, 54; em 1996, 116; e em 2000, foram 187 prefeitos.

    O novo PMDB pós-Quércia – Com a morte de Orestes Quércia, que comandou a legenda em São Paulo nos últimos 25 anos, o vice-presidente Michel Temer assumiu o comando da sigla no estado e passou a apresentar o partido como “o novo PMDB”. A legenda adotou o discurso de “um partido unido”.

    Em São Paulo, Temer quer que o partido volte a ser protagonista da política paulista. Para isso, ordenou uma série de intervenções nos diretórios municipais com o objetivo de desalojar os quercistas do comando da sigla no estado. Foram mais de 150 intervenções. “Hoje, o PMDB está presente de alguma forma nos 645 munícipios de São Paulo”, afirma o presidente estadual da legenda, deputado Baleia Rossi.

    O objetivo do partido era, acima de tudo, garantir a fidelidade partidária para atingir metas eleitorais neste ano. Temer pretende, principalmente, reverter o resultado de cidades do interior do estado em que o partido recebeu menos de 5% dos votos em 2010. Nas últimas eleições, em várias cidades, o PMDB teve menos votos do que o número de filiados.

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    A meta é lançar 350 candidatos a prefeito e de 150 a 200 candidaturas a vice-prefeito em todo o estado. A expectativa é que sejam eleitos 100 prefeitos, mas há quem diga que é possível chegar a 150.

    O foco, assim como no plano nacional, são as grandes cidades. Atualmente, o partido está à frente de 74 prefeituras, mas a maioria com menos de 100 000 habitantes. “Queremos sair da eleição de 2012 com um grande saldo em população administrada pelo PMDB”, diz Rossi. Segundo ele, o projeto de crescimento do PMDB no estado passa pela candidatura própria do deputado Gabriel Chalita em São Paulo. “O exemplo da capital paulista foi muito importante para o resto do estado”, afirma.

    A última vez que o PMDB lançou candidatura própria à prefeitura de São Paulo foi em 1996, com o médico José Aristodemo Pinotti – ele saiu das urnas com 1,79% dos votos. Na ocasião, Celso Pitta (PPB) foi eleito no segundo turno com 57,37% dos votos.

    Vereadores – Sem representação na Câmara Municipal de São Paulo, o PMDB aposta que a candidatura de Chalita pode impulsionar a eleição de pelos menos seis vereadores na capital paulista. No Brasil, o partido tem a expectativa de lançar 50 000 candidaturas a vereador. Hoje, o PMDB tem cerca de 8 500 vereadores no país inteiro.

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