Senadores querem prazo maior para elaborar reforma política
Comissão para discutir o tema será criada nesta terça-feira
A Comissão da Reforma Política será instalada nesta terça-feira pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e terá 45 dias para apresentar o projeto da reforma. Mas, antes mesmo de começarem os trabalhos, os senadores já se mobilizam na tentativa de adiar o prazo previsto. A justificativa é que os temas são complexos, há dificuldade de consenso entre os parlamentares e que os trabalhos deverão ser paralisados com feriados, como o carnaval.
O senador Wellington Dias (PT-PI) engrossa o coro dos parlamentares que acreditam que as grandes reformas não conseguirão ser aprovadas no curto prazo: “É preciso escolher uma data em que os interesses imediatistas não pesem na hora da decisão. É preferível suportarmos mais uma década para se ter uma regra clara”, afirmou.
Para o senador, a comissão precisará de pelo menos 90 dias para analisar mudanças pontuais a serem votadas no segundo semestre deste ano. Segundo ele, medidas menos polêmicas deverão começar a valer já nas eleições municipais de 2012.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que presidirá a comissão, também admite a dificuldade de aprovação do texto. “Se fosse fácil, já teria saído”, desabafou. O senador disse, no entanto, que fará um esforço para que o grupo termine a análise dentro do prazo.
Os parlamentares vão discutir a reforma em etapas, de acordo com propostas que já tramitam na Casa e estão paralisadas. Serão dez temas prioritários em discussão, como financiamento público de campanha, voto facultativo e fim da reeleição. Entre os doze senadores que compõem o grupo, dois são ex-presidentes da República: Itamar Franco (PPS-MG) e Fernando Collor (PTB-AL).