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Senadora quer expor condenados por estupro em ‘cadastro de predadores’

Medida vale para condenações em primeira instância e mantém sob sigilo o nome da vítima. Brasil registra uma média de 214 casos por dia

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2023, 08h00
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  • No apagar das luzes do ano legislativo, a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) protocolou um projeto de lei que visa dar mais transparência aos processos que envolvam a condenação por estupro.

    A proposta altera o Código Penal, que hoje determina uma tramitação em sigilo, para prever que o sistema de consulta processual torne público o nome do réu e a tipificação do crime após condenação em primeira instância.

    O sigilo apenas é previsto no caso em que o réu seja inocentado e depois do trânsito em julgado da ação. O nome da vítima seguirá preservado em qualquer circunstância.

    Outra medida sugerida pela senadora prevê a criação de um sistema chamado “Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais”, que reunirá, também em consulta pública, o nome completo e o CPF de pessoas condenadas por estupro.

    O Brasil tem, desde 2020, um cadastro nacional sobre as pessoas condenadas por estupro. A plataforma em vigor traz dados como a característica física, a impressão digital e fotos. No entanto, o nome é oculto, e somente autoridades de investigação têm acesso às informações.

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    De acordo com a senadora, a divulgação dos nomes dos condenados tem como objetivo prevenir novos casos.

    “Ademais, na legislação atual, o empregador, ao proceder pesquisa processual a fim de obter os antecedentes criminais e condutas sociais daquele candidato à oportunidade empregatícia, pode localizar crimes como homicídio, latrocínio, furto, roubo, dentre outros, mas não consegue se precaver quanto aos candidatos com condutas voltadas a prática de crimes sexuais”, registra Buzetti na proposta. O texto deve ter a tramitação iniciada no próximo ano.

    Radiografia dos casos de estupro em 2023

    Dados dispostos em sistema do Ministério da Justiça apontam que entre janeiro e outubro deste ano o país registrou 64.910 casos de estupro – uma média de 214 por dia. Cerca de 87% das vítimas eram mulheres.

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    O estado de São Paulo registrou a maior quantidade de vítimas (12.808), atrás do Paraná (5.878), Rio de Janeiro (4.613) e Pará (4.195).

    O levantamento aponta que houve uma estabilidade na quantidade de casos em relação a 2022, quando o país teve 78.911 relatos de estupro – uma média de 216 por dia.

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