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Roberto Jefferson não encontra apoio nem dentro do seu partido

Principais lideranças do PTB até agora ficaram caladas ou saíram pela tangente

Por José Benedito da Silva 24 out 2022, 15h15

O ex-deputado federal Roberto Jefferson é presidente de honra do PTB e há muito tempo é uma espécie de dono do partido. Por isso, é significativo que mesmo a legenda que comandou nos últimos anos não tenha saído em sua defesa após a prisão no domingo, 23, depois que ele atirou contra policiais federais que foram cumprir um mandado em sua casa.

O presidente de fato do partido, por exemplo, Kassyo Ramos, que foi candidato a deputado federal pelo Amapá — e não se elegeu –, não disse nada sobre o assunto até agora em suas redes sociais.

O perfil oficial do PTB na Câmara dos Deputados, que hoje tem apenas três parlamentares, fez uma publicação desde ontem – mas para estimular a vacinação contra a poliomielite. O líder do partido, o pastor Paulo Bengtson (PA), que não se reelegeu, também não se manifestou. A deputada Soraya Manato (ES), outra que não conseguiu renovar o mandato, fez posts enaltecendo a primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Tarcísio de Freitas, mas nenhuma palavra sobre Jefferson.

Dos três deputados, apenas Daniel Silveira (RJ), igualmente na mira do Supremo Tribunal Federal, se manifestou para defender o colega de partido. No próprio domingo, chegou a convocar apoiadores para irem até a casa de Jefferson, mas depois recuou. Ele tentou ser senador pelo Rio de Janeiro e também ficou sem mandato.

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Dos dois senadores do PTB, o mais ilustre, o ex-presidente Fernando Collor, nada falou sobre o colega de partido enrolado com a PF. Importante lembrar que Jefferson foi um aliado fiel de Collor no Congresso e ficou ao seu lado até o dia do seu impeachment como presidente da República. O outro senador do PTB, Roberto Rocha (MA), tentou se equilibrar: questionou a ordem de prisão, mas também criticou Jefferson. “Deploro as palavras do Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e sua reação armada contra a PF. De igual modo é deplorável, num inquérito inconstitucional, um juiz sozinho investigar, denunciar, julgar, condenar e prender. Cadê o MPF? Cadê o Senado?”, questionou.

O presidente do principal diretório do PTB no país, o de São Paulo, o empresário Otávio Fakhoury, também não defendeu diretamente a atitude de Jefferson, mas postou várias críticas ao STF. E deu uma indireta em Bolsonaro, ao retuitar nesta terça um post do presidente de agosto de 2021 no qual ele dizia que “o povo brasileiro não aceitará passivamente que direitos e garantias fundamentais, como o da liberdade de expressão, continuem a ser violados e punidos com prisões arbitrárias, justamente por quem deveria defendê-los”.

Mas defender as atitudes de Jefferson abertamente, ninguém do partido defendeu. Por ora, Jefferson é quase um pária político.

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