PSDB será ‘protagonista’ na união do país, diz Alckmin
Declaração foi dada após FHC admitir que o PSDB pode apoiar outro nome à Presidência caso Alckmin não aglutine apoios de partidos de centro
Governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin disse nesta quinta-feira que o candidato tucano ao Palácio do Planalto na eleição deste ano “deve unir o país” e que o PSDB será “protagonista” nessa união. As declarações foram dadas dois dias depois da entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ao jornal O Estado de S.Paulo, na qual FHC reconheceu que os tucanos podem apoiar outro nome na disputa caso Alckmin não consiga unir partidos de centro.
Geraldo Alckmin iniciou sua fala concordando com a percepção do ex-presidente, externada na entrevista, de que o país estaria cansado de divisão. “Vamos trabalhar para unir o país. Unir em torno de um projeto, de uma proposta, é isso que o presidente Fernando Henrique defende e nós também defendemos. Vamos unir o Brasil e o PSDB será protagonista nesse trabalho de poder unir o país, para poder retomar o crescimento”, afirmou Alckmin, que também é presidente do partido, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Após a repercussão negativa das declarações de FHC entre os tucanos, o ex-presidente divulgou uma nota em que reforçou que o candidato é Alckmin.
Questionado se teria mais o perfil de presidenciável do que outros nomes do centro, como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) o tucano disse que é “do povo”.
“Eu não sou fruto nem da dinastia política, não sou fruto de dinastia política, meu pai, meu avô, meu bisavô, ninguém, e nem de riqueza pessoal. Sou fruto do povo. Com 25 anos de idade, ‘tava’ na periferia da minha cidade natal trabalhando junto com a população, junto com o povo”, disse. Maia é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia e Meirelles foi presidente de bancos e integrou conselhos de empresas.
Geraldo Alckmin citou seu desempenho nas últimas eleições estaduais, em que venceu em 644 dos 645 municípios paulistas, e a frase do ex-governador Mário Covas (PSDB) de que “o povo erra menos que as elites”. “Acredito muito no julgamento das pessoas. Precisamos é levar a eles todas as informações”, completou.