O PSDB vai pedir à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à Organização das Nações Unidas (ONU) providências sobre o tratamento diferenciado oferecido aos profissionais cubanos contratados pelo governo brasileiro por meio do programa Mais Médicos.
O líder tucano na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), anunciou nesta sexta-feira que vai se reunir com representantes da OIT para pedir que a entidade investigue o caso, devido à suspeita de que os cubanos são submetidos a um regime análogo à escravidão. Ele também vai pedir a convocação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, e do procurador-geral da União (da Advocacia-Geral da União), Paulo Henrique Kuhn, para falar sobre o assunto na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
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À ONU e à Organização Mundial de Saúde (OMS), Imbassahy enviará uma carta pedindo apuração sobre a conduta dos agentes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que é a intermediária da parceria entre os governos do Brasil e de Cuba.
Mesmo após o aumento de salário dos médicos cubanos, anunciado nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde, o governo de Cuba continuará recebendo cerca de 70% do valor pago pelo governo brasileiro, que é de 10.000 reais mensais por médico. Os outros profissionais do Mais Médicos recebem integralmente o salário de 10.000 reais.
“São intrigantes o silêncio da OPAS e o sigilo que se impôs sobre as condições de contratação dos profissionais cubanos para o Mais Médicos”, afirmou Imbassahy.