Procurador estadual do RJ é preso em nova fase da Lava Jato
Renan Miguel Saad é suspeito de receber propina para dar um parecer favorável a uma alteração das obras da linha 4 do Metrô, realizada pela Odebrecht
A pedido da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, a Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira, 1º, o procurador do estado Renan Miguel Saad. De acordo com as investigações, ele é suspeito de receber propina para dar um parecer favorável a uma alteração das obras da linha 4 do Metrô, realizada pela Odebrecht. Além do pedido de prisão temporária, Saad é alvo de dois mandados de busca e apreensão.
Segundo delação premiada de um executivo da Odebrecht, Saad teria recebido pagamentos da empresa pelo setor de operações estruturadas, identificado no sistema interno da empreiteira pelo codinome “Gordinho”. Foram realizadas buscas em sua residência, em São Conrado, Zona Sul da cidade, e no escritório de advocacia do investigado, no centro do Rio.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram identificados pagamentos a Saad relacionados à obra do Metrô no valor de 1,26 milhão de reais. Para o órgão, “há provas de realização de atos de ofício” praticados em favor das construtoras. O MPF afirma ainda que localizou em uma empresa de manutenção de depósito de documentos um registro de pagamento feito no endereço do escritório de advocacia do procurador.
“A prisão temporária de Renan Saad foi deferida, entre outros motivos, em razão da necessidade de colheita de depoimentos de pessoas subordinadas a Renan, imprescindíveis para apuração de crime de pertencimento à organização criminosa e de lavagem de dinheiro por intermédio do escritório de advocacia do investigado”, informa o MPF.
Em nota, a Procuradoria Geral do Rio de Janeiro (PGE-RJ) afirma que “apura o caso internamente para a adoção das medidas disciplinares cabíveis” e que está colaborando com as investigações do MPF. O órgão informa que os fatos aconteceram no período em que Saad era assessor jurídico chefe da Secretaria de Estado de Transportes, nomeado na gestão do ex-governador Sérgio Cabral, cargo do qual foi exonerado em junho 2012.