Uma decisão do governador do Rio, Wilson Witzel, deverá garantir a eleição de Antonio Alvarenga Neto – ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes – para o cargo de diretor-superintendente no Rio de Janeiro do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, o provável candidato único é primo da mulher de Guedes e seu amigo há muitos anos. A eleição será hoje.
Até o início da semana, Witzel apoiava o nome de Roberto Motta para a função – ele é seu assessor especial e, no início de seu governo, chegou a ocupar a função de secretário do Conselho de Segurança Pública. Mas o governador abriu mão da indicação para o Sebrae-RJ e deverá criar uma secretaria para o aliado, a de Iniciativas Estratégicas. Motta tem passagens pelo Banco Mundial e pela Shell.
Como integrante do chamado Sistema S – que inclui, entre outros, o Sesi e o Sesc – o Sebrae está na mira do ministro. Em dezembro, em palestra a empresários, Guedes afirmou que seria preciso “passar a faca” no sistema, sustentado por contribuições e tributos que incidem sobre a folha de pagamento de empresas. O orçamento do Sebrae-RJ é de cerca de 200 milhões de reais por ano.
Até janeiro, a entidade foi presidida por César Vazques, cunhado do ex-governador Sérgio Cabral. Têm direito a voto na eleição representantes de entidades como a Federação das Indústrias do Rio e Federação do Comércio do Rio.
Outro lado
Alvarenga Neto afirmou a VEJA que não foi indicado para o cargo no Sebrae-RJ pelo fato de ser primo da mulher de Guedes. Ressaltou ter sido conselheiro do Sebrae durante 15 anos e que, ao longo de duas décadas, foi diretor e sócio do Ibmec.
“A Firjan, Fecomércio, a Associação Comercial e o Sebrae Nacional não me indicaram para a superintendência do Sebrae porque sou primo da mulher do Paulo Guedes. Fui indicado porque a minha experiência profissional poderá contribuir efetivamente para que o Sebrae tenha maior eficiência, austeridade e transparência”, completou.