‘Política fica em segundo plano’, diz Datena após cirurgia no coração
Apresentador de TV afirmou ainda não ter decidido se será pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, mas dá sinais de que recuará da ideia
Depois de colocar no coração cinco stents (tubos para reconstruir artérias obstruídas), José Luiz Datena quer priorizar sua saúde e família. “Política fica em segundo plano”, diz em entrevista a VEJA. Cortejado por ao menos quatro partidos para ser candidato a prefeito de São Paulo, o apresentador afirma que deve tomar uma decisão definitiva antes de “meados de fevereiro”, mas que, neste momento, isso é “o que menos importa”. “Quero viver mais com meus filhos, netos, e minha mulher”, conta. “Não é só uma questão de decisão política. É uma questão de vida”, reforça.
A cirurgia no coração de Datena foi inesperada. O apresentador havia comparecido ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na semana passada para fazer uma cirurgia de hérnia. Em uma tomografia, exame anterior à angioplastia (intervenção para reparar vasos sanguíneos), foi identificado que “90% de duas artérias do coração estavam entupidas”, conta. Segundo relatório médico, foram colocados stents nas artérias descendente anterior e diagonal. As equipes médicas foram coordenadas pelo doutores Roberto Kalil Filho, David Uip e Antonio Esteves Filho.
“Salvaram minha vida. Era uma bomba relógio. Poderia morrer, cair duro a qualquer momento”, diz Datena. “Foi e continua sendo um susto. Coração é imprevisível”, desabafa.
No quarto ao lado de Datena, estava o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que luta contra um câncer na cárdia (região entre o esôfago e o estômago) no mesmo hospital. Quando Datena foi internado, na quinta-feira 23, recebeu uma mensagem do prefeito: “Pô, você é meu vizinho”, relata o apresentador. No quarto de Covas, conversaram, “rapidamente”, sobre amenidades, sem tocar em pautas políticas. “Não era o momento adequado”, diz Datena.
Datena e Covas haviam se encontrado em um almoço na Band na segunda-feira 20, mas o apresentador disse ao prefeito que não poderia comparecer pois teria que gravar o programa Brasil Urgente. Ao vivo, em conversa com Covas, Datena disse: “Não queria competir contigo (nas eleições à Prefeitura de São Paulo), porque gosto demais de você. Acho você um cara muito legal”, afirmou. A VEJA, ponderou: “Mal eu sabia que dias depois eu encontraria ele e quem estava em risco iminente de morte era eu.”
O apresentador também lamentou a falta de condição da maioria dos brasileiros de ter um tratamento da qualidade que teve e apelou a todos que façam exames regulares. De volta ao Brasil Urgente, também quer ter uma rotina mais regrada. “Tenho que repensar a questão de um programa tão longo, de ficar 3 horas diárias no ar”, conta. Por fim, reforça que, no momento, está procurando “se entender melhor” e que se sente “diferente”. “Qualquer decisão agora: parar de trabalhar um tempo, largar a política – a qual nunca entrei – é meio inadequado, porque não sei o que estou sentido direito.”