Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Investigação do caso Bolsonaro abre conflito entre PF e polícia de MG

Para o Ministério Público Estadual, agressor não deveria ter sido indiciado com base na Lei de Segurança Nacional, e sim por tentativa de homicídio

Por Fernando Molica
Atualizado em 30 jul 2020, 20h10 - Publicado em 14 set 2018, 13h21
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O atentado a Jair Bolsonaro, candidato a presidente pelo PSL, virou alvo de uma disputa: a Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para investigar o crime, que vinha sendo apurado pela Polícia Federal. O Ministério Público Estadual também questiona a federalização do caso. O promotor Oscar Santos de Abreu vai requisitar hoje ao Tribunal de Justiça do estado que determine o envio, pela PF, de cópias da investigação e dos resultados de eventuais providências, como quebra de sigilos fiscal e telefônico do agressor, Adélio Bispo de Oliveira, e de informações obtidas em seu computador. Bolsonaro foi atingido por uma facada no último dia 6, quando fazia campanha em Juiz de Fora (MG).

    Publicidade

    Para o promotor do MP mineiro, o autor do ataque deveria ter sido indiciado por tentativa de homicídio – crime de competência da Justiça estadual – e não por atentado motivado por inconformismo político com base na Lei de Segurança Nacional (LSN). O promotor disse a VEJA que o indiciamento e a eventual denúncia com base na LSN favorecem o réu, já que, no futuro, sua defesa poderá alegar que ele, ao esfaquear o deputado federal, não buscou atentar contra o regime democrático. “Ele (Adélio) deu uma facada para tirar a vida do Bolsonaro, tentou um homicídio, ainda que possa ter tido uma motivação política”, disse.

    Publicidade

    Santos de Abreu ressaltou que, por ser considerado crime hediondo, o homicídio (e, mesmo, sua tentativa) tem punição mais severa, com progressão de regime penal menos favorável para o condenado. Como se trata de crime contra a vida, o acusado seria julgado pelo Tribunal do Júri. Antes de formalizar a abertura de inquérito, a Polícia Civil havia instaurado um procedimento que esbarrara em obstáculos colocados pela PF, que nem sequer permitira que Adélio fosse ouvido por delegados estaduais.

    Na quarta-feira 12, o procurador Marcelo Medina, que acompanha o caso pelo Ministério Público Federal, afirmara à reportagem de VEJA que a apuração deveria continuar com a PF. De acordo com ele, o enquadramento na LSN foi correto em razão da motivação política do agressor. Ele admitiu a possibilidade de denunciar Adélio por tentativa de homicídio, mas, segundo ele, mesmo assim o julgamento caberia a um tribunal do júri convocado pela Justiça Federal.

    Continua após a publicidade

    Caso as investigações continuem a ser feitas pelas duas polícias, caberá ao Superior Tribunal de Justiça definir se o processo deverá correr na Justiça Federal ou na Estadual. Zanone Manuel Júnior, um dos advogados do agressor, dissera a VEJA que preferia manter o caso na Justiça Federal, de preferência, nas mãos de algum juiz singular. Acha melhor que seu cliente não vá a um tribunal do júri.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.