Em entrevista a jornalistas durante viagem oficial em Pequim, na China, o presidente Jair Bolsonaro comentou as divergências entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ONG ambientalista Greenpeace. Bolsonaro não quis entrar em detalhes sobre a insinuação de Salles de que a ONG poderia ter responsabilidade nos vazamentos de óleo no Nordeste, mas disse que a entidade “só atrapalha”.
“O que ele [Ricardo Salles] falou, tenho que conversar com ele para entrar em detalhe, mas o Greenpeace só nos atrapalha”, disse o presidente na China. Em nota mais cedo, a ONG afirmou que as declarações de Salles são uma “cortina de fumaça” para “esconder sua incapacidade de lidar com a situação” e que medidas legais serão tomadas.
Segundo Salles, uma embarcação do Greenpeace estava navegando “em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano”.
A navio chegou na região dos Corais da Amazônia no começo de setembro deste ano com o objetivo de “expor as ameaças que as petrolíferas fazem ao local”. Em nota, eles afirmam que queriam impedir a exploração de petróleo na área. A imagem publicada por Salles é de fato de um navio do Greenpeace apelidado Esperanza, mas foi tirada em 2017 durante uma missão no litoral da Espanha — não no litoral brasileiro.
Crise no Chile
Na conversa com jornalistas, Bolsonaro também comentou os protestos registrados no Chile na última semana. O país tem uma onda de manifestações desde que o governo anunciou um reajuste na tarifa de metrô, depois suspenso. Ao menos 18 mortes já foram confirmadas em onda de violência.
“O problema do Chile foi gravíssimo. Aquilo não é manifestação, nem reivindicação. São atos terroristas”, disse o presidente brasileiro, que disse já ter recebido informes de atos preparatório de possíveis “manifestações não legais” no Brasil, mas que o ministério da Defesa está preparado para situações do tipo. “As tropas tem que estar preparadas para fazer a manutenção da lei e da ordem”, disse.
Bolsonaro também comentou questões econômicas com jornalistas e antecipou o desenvolvimento de um programa de estímulo ao emprego, que deve ser divulgado pelo governo nas próximas semanas. “O que o Paulo Guedes quer, juntamente com o Rogério Marinho, é uma maneira de estimular o mercado de trabalho para o jovem e também para quem tem mais de 55 anos”, afirmou.