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O contra-ataque alemão à política ambiental de Bolsonaro — e suas falas

Embaixada da Alemanha divulgou vídeo exaltando conservação de suas florestas e humorístico não poupou críticas ao presidente brasileiro

Por Giovanna Romano 16 ago 2019, 13h09

Após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) desdenhar da suspensão pelo governo da Alemanha do envio de dinheiro para a conservação da Amazônia, sugerindo à chanceler Angela Merkel que ela utilizasse a verba em seu país, a embaixada alemã no Brasil divulgou um vídeo respondendo — ainda que indiretamente — à fala do presidente. “Você sabia que a Alemanha é um dos países mais florestados da Europa? As florestas alemãs são destinos turísticos imperdíveis”, escreveu o órgão em sua conta no Facebook.

“A área das florestas alemãs cresceu em mais de 1 milhão de hectares nas últimas 5 décadas e cobrem 1/3 da área nacional”, informa o vídeo, que já conta mais de oito mil compartilhamentos — e não cita o nome do presidente. O vídeo também mostra imagens da fauna, da flora e das atrações turísticas da Floresta Negra, do Parque Nacional de Jasmund, do Parque Nacional da Suiça Saxônica e de outros parques nacionais.

A reação oficial foi bem mais comedida se comparada ao que fez o programa humorístico Extra 3, do canal público ARD, transmitido na noite desta quinta-feira, 15. A atração não poupou as críticas ao presidente Bolsonaro. Durante cinco minutos da transmissão, apresentada por Christian Ehring, ele foi ridicularizado por sua política ambiental e o desmatamento na Amazônia. Em uma das imagens, Bolsonaro aparece trajando a emblemática sunga do personagem ficcional Borat, acompanhado dos escritos “Idiota de Ipanema” (Depp von Ipanema).

O programa também fez uma paródia, intitulada “A música de Bolsonaro” (Der Bolsonaro-Song), que intercala imagens do presidente brasileiro portando armas de fogo, ao lado do Exército e rindo durante a posse do cargo, com cenas de imagens de árvores sendo cortadas, de queimadas na Floresta Amazônia e de atividades agrícolas. “Desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, o desmatamento cresceu significativamente e pode continuar aumentando a longo prazo”, diz a música, após aparecer uma montagem de Bolsonaro como um bobo da corte, segurando uma garrafa de pesticida.

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Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra que as ações do governo Bolsonaro em temas como o desmatamento da Amazônia arranham a imagem do país e podem gerar perdas na economia. VEJA também mostrou em imagens o antes e o depois das maiores áreas desmatadas entre janeiro e março deste ano. Visto de cima, o resultado dá feições ainda mais dramáticos do que os números que o presidente chamou de “mentirosos”.

A ministra do Meio Ambiente alemã Svenja Schulze, em entrevista ao jornal Tagesspiegel, anunciou que, diante do aumento do desmatamento, o país irá congelar projetos de proteção florestal na região amazônica. O valor total é de 155 milhões de reais, montante que não se refere à parcela da Alemanha do Fundo Amazônia. O Ministério do Meio Ambiente da Alemanha financiava projetos para a proteção da floresta e da biodiversidade.

“A política do governo brasileiro na região amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento”, declarou a ministra ao jornal alemão, apontando que somente quando houver clareza, a cooperação de projetos poderá continuar.” afirmou.

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