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“Não vou sucumbir”, reage Bolsonaro aos protestos em todo Brasil

“Querem um presidente vaselina, para agradar todo mundo? Não vou ser eu”, afirmou o presidente durante viagem aos Estados Unidos

Por Lúcia Guimarães, de Dallas
Atualizado em 16 Maio 2019, 20h00 - Publicado em 16 Maio 2019, 12h39

Ao ser questionado sobre os protestos contra cortes nas verbas da educação realizados em 26 capitais do país e no Distrito Federal nesta quarta-feira 15, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não irá “sucumbir”. “Querem um presidente vaselina, para agradar todo mundo? Não vou ser eu”, afirmou em Dallas, onde receberá nesta quinta-feira, 16, o prêmio “Personalidade do Ano” da Câmara de Comércio Americano-Brasileiro.

“O que vai acontecer comigo? O povo que decida, o Parlamento que decida”, afirmou, referindo-se às críticas que vem recebendo após a adoção da medida. “Eu vou fazer a minha parte. Eu não vou sucumbir”, completou Bolsonaro.

“Querem que eu me adeque e ceda a pressões pela tal governabilidade?”, questionou. “Eu não vou ceder a pressão nenhuma. Afinal de contas, estamos tratando das coisas para a posteridade”.

Lula Livre

Bolsonaro também voltou a criticar os manifestantes que participaram dos atos desta quarta-feira. “Não sabiam o que estavam fazendo lá”, alegou, para quem a mobilização se tratou de “uma passeata Lula Livre, um bandido que esta preso, condenado, cumprindo pena”. O presidente referiu-se aos atos públicos contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“Ontem eu só vi faixa ali de Lula Livre”, disse, afirmando que professores de escolas particulares levaram seus filhos, sem eles saberem “o que estava acontecendo”, às manifestações.

Na manhã de ontem, assim que desembarcou em Dallas, Estados Unidos, o presidente chamara os manifestantes de “idiotas úteis” e “massa de manobra”.

Críticas à educação

O presidente também fez novas críticas à qualidade de educação oferecida nas escolas e universidades públicas brasileiras. Segundo ele, os índices de desemprego no Brasil estão associados à falta de preparo da população.

“Parte da população não tem emprego porque o mundo evoluiu, não estão habilitados a enfrentar o novo mercado de trabalho”, disse. “Eu tenho pena? Tenho. Faço o que for possível, mas não posso fazer milagre, não posso obrigar ninguém a empregar ninguém”.

Ele reclamou do fato de nenhuma universidade brasileira estar no ranking das 250 melhores do mundo. Na lista de 2018 da QS World University Rankings, a Universidade de São Paulo (USP) figura na 118ª e a Unicamp, na 204ª, no universo de 4.500 instituições. Ambas são estaduais. De fato, na amostragem 1.258 universidades avaliadas pela Times Higher Education, também do ano passado, a USP está em categoria genérica entre a 251ª posição e a 300ª. A Unicamp está na faixa entre o 401ª e o 500ª lugar. A Universidade Presbiteriana Mackenzie não figura em nenhum dos dois rankings.

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“E vem esse pessoal me falar que estou prejudicando pesquisa? Pesquisa tem mesmo no Mackenzie no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), no IME (Instituto Militar de Engenharia) e em algumas poucas universidades”, disse.

Toco de bananeira

Bolsonaro também criticou os brasileiros e os partidos políticos que se manifestaram contra os cortes na educação e a reforma da Previdência, em tramitação no Congresso. Ele argumentou não haver recursos fiscais suficientes para garantir os aportes previstos no orçamento para a educação e que o pagamento de aposentadorias e pensões, no futuro, estará comprometido.

“Não tem como pagar mais. (O gasto público) extrapolou e tem que cortar, de acordo com a lei, de quem ganha mais”. “O Brasil está no buraco e, se cair de vez, todo mundo vai sofrer junto. Vai faltar toco de bananeira para o pessoal fugir a nado do Brasil”.

O presidente afirmou que não ficará omisso diante da crise brasileira. Insistiu não querer que o Brasil siga o caminho da Grécia, Venezuela e Argentina, “com a possível volta da Cristina Kirchner”. Salvo a Grécia, todos esses países ainda enfrentam acentuada crise fiscal.

Para Bolsonaro, o brasileiro que mora nos Estados Unidos faz a coisa certa e aceita as decisões do governo americano porque “sabe que tem lei”. “Quem está aqui fugiu de lá, da balburdia que está lá [no Brasil]”, afirmou.

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