Na briga pelo Senado, Molon responde Romário sobre apoio a Bolsonaro
Deputado federal pelo PSB critica declaração de ex-jogador por elogio ao presidente da República
Possível adversário do senador Romário Faria (PL-RJ) nas eleições de 2022, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) respondeu, na noite da última segunda-feira, 11, às declarações do ex-jogador de futebol sobre o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Romário, o ‘país estava uma merda’ antes de o atual mandatário assumir o cargo e votaria nele para reelegê-lo. No Twitter, Molon criticou o baixinho:
“600 mil mortos por covid-19 no Brasil, o povo do RJ sobrevivendo com resto de osso e pelanca, e o Romário elogiando o Bolsonaro? O Rio precisa de um senador que defenda o nosso povo, e não esse desgoverno”, escreveu Molon. A fala de Romário ocorreu durante uma entrevista ao programa “Cara a Tapa”, canal no YouTube, do jornalista esportivo Rica Perrone.
O senador, no entanto, fez ressalvas em relação à postura do presidente diante da pandemia. “Cara, eu faço parte de um partido (o PL) que, hoje, ele é Bolsonaro”, afirmou. “Se você me perguntar o que eu acho disso, acho que o Bolsonaro é um presidente que tem feito coisas positivas pro nosso país. Erra em alguns momentos, principalmente nesses últimos dois anos, com a pandemia. Deixou de ter algumas ações. Na minha opinião falou algumas coisas que poderia não ter falado”, ressaltou o parlamentar.
Em seguida, Romário completou: “Tomou algumas decisões que poderia não ter tomado. Mas eu, particularmente, convivi com Bolsonaro nos quatro anos de deputado federal, ele estava lá ainda. E o Bolsonaro é um cara muito sério, isso eu posso afirmar. Um cara que tem coragem, que não tem medo de se posicionar. Isso ele trouxe isso para a Presidência. Antes de Bolsonaro, nosso país estava uma merda do caralho.”
Romário aparece como líder nas pesquisas para o Senado. Em uma delas, a do Instituto Gerp, divulgada em agosto, o ex-atleta está tecnicamente empatado com Molon. Os dois registraram 10% cada um de intenção de votos. Com 9%, surge o ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos). Em terceiro lugar, estão empatadas as deputadas federais Benedita da Silva (PT) e Jandira Feghali (PCdoB), com 8% cada. Porém, nenhum deles declarou ainda ser pré-candidato ao Senado, em 2022.
VEJA apurou que a estratégia de Romário, eleito senador em 2014 pelo PSB, é a de tentar se aproximar dos eleitores de Bolsonaro. Nos bastidores, há negociações para que o ex-jogador concorra a uma vaga para a Câmara Federal em um possível acordo costurado com o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano, que é pré-candidato ao Senado pelo PT. “O Ceciliano tem apoio da classe política, mas o voto é do eleitor e o Romário é o líder nas pesquisas. Ele é o nosso candidato”, afirmou o senador Carlos Portinho (PL).
O mandato de senador tem duração de oito anos, com direito a reeleição. Em 2022, cada estado, com três representantes no Congresso, só poderá eleger um parlamentar. E a vaga em disputa no Rio é justamente a de Romário. Em 2018, foram eleitos Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ). Arolde morreu em decorrência da Covid-19, sendo substituído por Portinho, o suplente. No mesmo ano, Romário concorreu ao governo do Rio. Ficou em quarto lugar apenas.