O MST anunciou oficialmente o início da Jornada Nacional do Abril Vermelho, com a invasão de fazendas. O chamado Abril Vermelho é uma tradição do movimento e marca a data do massacre de Eldorado do Carajás (PA), conflito ocorrido em 17 de abril de 1996, quando 19 sem terra foram mortos pela Polícia Militar do Pará.
A primeira invasão do Abril Vermelho do MST ocorreu na madrugada de ontem, quando 250 sem-terra ocuparam o Engenho Cumbre, no município de Timbaúba, em Pernambuco. O movimento alega que o engenho é “improdutivo”.
O MST recorre a fontes ocultas para informar que três engenhos na região em Pernambuco acumulariam 800 hectares de terras que não estariam cumprindo a função social. “Os engenhos ocupados pelos sem-terra também são terras devolutas (públicas), pertencentes ao governo de Pernambuco, que foram griladas pela usina”, diz o MST.
Também sem citar as fontes de informação, o movimento diz que “há rumores de que um grupo de latifundiários ligados ao bolsonarismo e ao agronegócio estão se articulando para agir de forma violenta contra o MST”.
Conforme antecipou VEJA, o MST já nomeou dois secretários em áreas estratégicas do governo Lula. Primeiro o movimento conseguiu emplacar uma de suas coordenadoras nacionais, Kelli Mafort, como secretária de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas da Presidência da República.
Posteriormente, o coordenador de produção das cooperativas do MST, Milton José Fornazieri, assumiu o cargo de secretário de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, mesmo presidindo uma ONG que está inadimplente com o próprio MDA.