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MPF pede 7 anos de prisão a Geddel em processo por obstrução

Ex-ministro do governo Temer é acusado de tentar impedir que o lobista e doleiro Lúcio Bolonha Funaro fechasse acordo de delação premiada com a PGR

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 fev 2018, 21h14 - Publicado em 9 fev 2018, 21h09

A Procuradoria da República no Distrito Federal pediu à Justiça Federal, nesta sexta-feira, que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) seja condenado a sete anos de prisão por supostamente ter tentado obstruir as investigações das operações Sépsis e Cui Bono?. O pedido foi feito em alegações finais dos procuradores no processo em que Geddel é réu por tentar impedir que o lobista e doleiro Lúcio Bolonha Funaro fechasse um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o emedebista baiano passou a monitorar o ânimo de Funaro em colaborar com os investigadores a partir da prisão do lobista, em julho de 2016, quando foi deflagrada a Sépsis. A acusação sustenta que Geddel Vieira Lima passou, desde então, a fazer ligações telefônicas a Raquel Pitta, mulher de Lúcio Funaro. Em um intervalo de 19 dias, conforme os procuradores, Geddel ligou 17 vezes a Raquel.

“O monitoramento não só permitia que Geddel Quadros Vieira Lima captasse o estado de ânimo de Lúcio Funaro, como tinha por objetivo gerar ao agora colaborador Funaro o receio e apreensão da atuação de Geddel que, até então, estava em liberdade e era (cite-se até novembro de 2016) Ministro da Secretaria de Governo Federal, além de integrante do núcleo político de organização criminosa”, afirmam os procuradores do MPF.

A intenção do ex-ministro em acompanhar as intenções de Lúcio Funaro em fechar delação premiada estavam ligadas, segundo o MPF, às investigações sobre um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal. Geddel Vieira Lima faz parte do chamado “MDB da Câmara”, grupo que inclui, entre outros, o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves, estes dois últimos presos, e que teria recebido propina de empresas que recebiam investimentos do banco estatal. O dinheiro sujo era intermediado por Funaro, como ele mesmo admitiu no acordo de colaboração que assinou com a PGR.

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“Desta feita, une-se, numa mesma organização, o poder político e o econômico, com capacidade para levar a risco concreto de prejuízo a qualquer integrante que pudesse atrapalhar os seus planos. O risco não necessariamente vinculava-se a um mal físico. Poderia, por exemplo, ser o de prejudicar a situação processual de Lúcio Funaro, ou de, por qualquer outra forma, prejudicar a si ou sua família. Essa era a preocupação de Lúcio Funaro”, afirma o MPF.

“O acusado, como Ministro de Estado, praticou crime em nome da cúpula política que atuava no próprio Governo Federal, traindo a confiança do povo brasileiro e ofendendo, por consequência, os titulares do poder soberano que devem ser respeitados no sistema democrático do país”, concluem os procuradores.

Geddel Vieira Lima está preso no Presídio da Papuda, em Brasília, desde setembro de 2017. Ele foi detido um dia depois de a Polícia Federal descobrir, em Salvador, em um apartamento emprestado por um empresário a Geddel e seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, 51 milhões de reais em dinheiro vivo.

A PGR apresentou denúncia contra os irmãos Vieira Lima e outras quatro pessoas, incluindo a mãe deles, Marluce Vieira Lima, pela fortuna localizada na capital baiana. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), já que Lúcio tem foro privilegiado. O STF ainda não decidiu se aceita a denúncia e abre uma ação penal contra os acusados.

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