Em nota enviada a VEJA, o Ministério Público do Rio informou que precisa de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para periciar “o sistema” de onde saíram os áudios que desmentem o depoimento do porteiro que citou o presidente Jair Bolsonaro no caso da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou que o MP não analisou a possibilidade de os arquivos terem sido apagados ou renomeados antes de serem entregues aos investigadores. O MP nega e afirma que não constam indícios de adulteração nos arquivos recebidos em CD pelo órgão no dia 15 deste mês – mas informa que o computador de onde saíram os arquivos não foi analisado.
“Esse CD é compatível com a planilha física. Nada impede que o sistema seja periciado como um todo tão logo tenha autorização do STF”, diz trecho da nota enviada a VEJA.
O depoimento do porteiro ganhou destaque nacional ao dizer à polícia que no dia da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, um dos suspeitos, Élcio Queiroz obteve autorização de “seu Jair” para entrar no condomínio. O caso foi revelado pelo Jornal Nacional na noite da terça-feira 29.
Nesta quarta-feira, porém, o Ministério Público revelou que a autorização para entrada foi dada por Ronnie Lessa. O crime ocorreu horas depois do encontro da dupla. Segundo o MP, a gravação com a voz de Lessa autorizando a prova de Queiroz é a prova mais contundente de que os dois estavam juntos naquele dia, algo que ambos sempre negaram.