O procurador-regional eleitoral de Minas Gerais, Bruno Nominato, pediu à Justiça Eleitoral acesso aos dados cadastrais de usuários de dois aplicativos suspeitos de serem usados em um esquema de pagamento de influenciadores digitais para fazer campanha a candidatos do PT nas redes sociais, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato.
Nominato quer que as empresas Apple e Twitter revelem no prazo de 48 horas a identidade de usuários cadastrados nos aplicativos Follow e Brasil Feliz de Novo, desenvolvidos por uma empresa do deputado federal e candidato a senador Miguel Corrêa (PT-MG) para disseminar notícias favoráveis à esquerda e ao PT na internet. Corrêa nega irregularidade.
O jornal O Globo revelou nesta quarta (29) que 14 candidatos petistas e também do PR tiveram conteúdo de campanha divulgado pelos aplicativos. Segundo a reportagem, um funcionário da empresa Follow disse em um vídeo que pagaria até 1.000 reais para “ativistas” que aceitassem divulgar em seus perfis nas redes sociais, especialmente no Twitter, notícias favoráveis aos candidatos selecionadas através dos aplicativos. Segundo a procuradoria, o objetivo do pedido é identificar os verdadeiros autores das postagens para que eles possam ser convocados a depor pelos promotores eleitorais que vão investigar o caso.
O caso ganhou repercussão no fim de semana após a publicação de uma série de posts exaltando a gestão do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), candidato à reeleição. Segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos políticos, coligações e candidatos e seus representantes”.