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Ministro do STJ suspende ação penal contra Demóstenes

Ex-senador, cassado em 2012, é acusado de envolvimento com bicheiro Carlinhos Cachoeira. Para defesa, escutas telefônicas são ilegais

Por Da Redação
4 nov 2014, 07h02
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  • O ministro do Superior Tribunal de Justiça Sebastião Reis Júnior decidiu paralisar uma ação penal contra o ex-senador Demóstenes Torres que tramitava no Tribunal de Justiça de Goiás. No processo, Demóstenes é acusado de corrupção passiva e advocacia administrativa em favor de Carlos Augusto Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A ligação entre os dois levou o plenário do Senado a cassar o mandato de Demóstenes em 2012, sob a suspeita de que o então senador usava o cargo para ajudar os negócios de Cachoeira. Na decisão liminar, o ministro avaliou indícios de ilegalidade nas interceptações telefônicas que deram fundamento à acusação contra Demóstenes.

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    A defesa do ex-senador apontou demora do juiz responsável pelas Operações Vegas e Monte Carlo, que investigaram Cachoeira, em remeter ao Supremo Tribunal Federal as investigações. Segundo os advogados, ao perceberem que o caso envolvia um parlamentar, a investigação deveria ter sido remetida rapidamente ao STF porque Demóstenes, à época senador, só poderia ser investigado pela Suprema Corte. Devido a essa suposta demora, argumentou a defesa, as escutas telefônicas continuaram mesmo sem o aval do Supremo. O ministro Sebastião Reis Júnior explicou que suspendeu a ação por “prudência”, já que o caso está próximo de ser julgado pelo TJ de Goiás.

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    Quando o STJ julgar o caso definitivamente, terá de analisar se anula ou não as escutas telefônicas das duas operações, que acabaram flagrando envolvimento de Demóstenes. Se as escutas forem anuladas, o ex-senador poderá ficar livre do processo.

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    No pedido de habeas corpus, a defesa registra que na Operação Vegas, que apurou vazamento de informações sigilosas de ações policiais contra o jogo ilegal, as interceptações começaram em abril de 2008, mas o inquérito só foi enviado ao STF em agosto de 2009, após inúmeras menções aos parlamentares como supostos colaboradores de Cachoeira. No caso da Operação Monte Carlo, realizada entre 2011 e 2012, a defesa diz que a remessa do inquérito para análise do Supremo levou mais de dez meses, enquanto as autorizações para escutas eram continuamente renovadas.

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    A defesa conseguiu paralisar a ação argumentando que, durante as investigações, os policiais evitavam classificar Demóstenes e outros parlamentares, como Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), como investigados. “O magistrado convenientemente considera investigado exclusivamente a pessoa diretamente interceptada [Cachoeira]. E assim procede evitando tratar os parlamentares formalmente como investigados, mas investigando-os mesmo assim, numa evidente burla criminosa à Constituição”, afirma o pedido dos advogados.

    Além de pedir a paralisação da ação, os advogados de Demóstenes também pediram que fossem revogadas decisões relacionadas ao processo, como a que afastou Demóstenes do cargo de procurador de Justiça do Ministério Público Estadual de Goiás. Esse pedido, no entanto, não foi analisado pelo ministro do STJ.

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    No Conselho Nacional do Ministério Público, uma ação administrativa também impedia Demóstenes de atuar como procurador, mas no mês passado uma liminar do ministro Gilmar Mendes cassou essa decisão. O ex-senador, no entanto, permanece afastado devido à ação penal no Tribunal de Justiça de Goiás.

    (Com Estadão Conteúdo)

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