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Mensalão será usado por candidatos para atacar Eduardo Paes na disputa eleitoral

Presença de figuras nacionais do PSDB e do PT na cidade durante o pleito promete incendiar debates. Principais candidaturas foram oficialmente lançadas

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jun 2012, 20h16

Os candidatos que vão enfrentar Eduardo Paes na corrida para a prefeitura do Rio tratam o embate como a luta entre Davi e Golias. A comparação é com a chapa do prefeito peemedebista, composta por 18 partidos, e a pulverização entre os demais postulantes ao Palácio da Cidade. No cenário atual, admitem os adversários, só uma reviravolta na política carioca poderia aproximar as eleições municipais na capital da batalha narrada no Antigo Testamento, entre os representantes do povo de Israel e dos Filisteus – representados por Golias, que sai derrotado. O prefeito começa a campanha como favorito, com um ‘latifúndio’ de 14 minutos na televisão.

As principais candidaturas estão, a partir desta segunda-feira, todas oficialmente lançadas. Aspásia Camargo, do PV, Marcelo Freixo, do PSOL, Otávio Leite, do PSDB e Rodrigo maia, do DEM, são os quadros que prometem combatividade nos próximos meses. O único que ainda não definiu o vice é candidato tucano. Em compensação, os objetivos do PSDB estão bastante claros: a ordem é nacionalizar o debate e usar a eleição à prefeitura para criar uma polarização entre PT e PSDB. Um dos temas que já está na ponta da língua de Leite é o Mensalão, que, na melhor das hipóteses, começará a ser julgado no dia 1º de agosto. “O Mensalão fará parte da eleição no Rio. O PT e o prefeito estão juntos. É como diz o ditado: Dize-me com quem andas e eu te direi quem és”, disse Otávio ao site de VEJA.

O vice de Paes será o vereador Adilson Pires, do PT, cujo curral eleitoral é a zona oeste da cidade e os fiéis da Igreja Católica, dos movimentos eclesiais de base e das atividades pastorais. Pires pode ajudar a fazer frente aos eleitores evangélicos, que estão ao lado de Anthony Garotinho, pai de Clarissa, do PR, que é vice de Rodrigo Maia. “Tenho convicção formada de que, na eleição para prefeito, os eleitores estão muito atentos à administração pública. Por mais que esses temas venham (Mensalão), e acabarão vindo, não serão determinantes. Isso acabará sendo falado, mas não contaminará”, afirmou o candidato a vice.

O PSDB no Rio espera a chegada de Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso e do candidato à prefeitura de São Paulo pela sigla, José Serra, para engrossar o discurso antipetista na capital. Do outro lado, o PT terá a presença de Luiz Inácio Lula da Silva, Marta Suplicy, Tarso Genro e do presidente da legenda, Rui Falcão. Serão como fogo e gasolina no debate sobre Mensalão. O objetivo de trazer petistas conhecidos não é o mesmo do PSDB. A ideia é o fortalecimento do partido que, como os tucanos, andam enfraquecidos na terra comandada pelo PMDB. O PT tentará dobrar a sua bancada na Câmara dos vereadores, de três para seis, e aumentar o seu peso nas secretarias- hoje ocupam apenas duas pastas.

Outra frente a ser encarada por Paes é a união entre os clãs Maia e Garotinho, que prometem fazer barulho e atacar a atual gestão sem meias palavras. Nesta segunda, os dois formalizaram a chapa. “Terei a responsabilidade histórica de mostrar que o Rio não foi inventado pelo PMDB, Eduardo Paes, Cabral e Fernando Cavendish”, afirmou Maia em discurso. Freixo seguirá outra linha. Com o apoio de um eleitorado popstar, o deputado estadual, que inspirou o personagem de Fraga no filme Tropa de Elite, pretende envolver a sociedade civil em sua campanha. Wagner Moura, Ivan Lins, Luiz Eduardo Soares, Leonardo Boff, Frei Betto, Djavan, Chico Buarque e Caetano Veloso declararam apoio e, alguns, ofereceram o rosto para aparecer no um minuto de programa eleitoral do PSOL na televisão.

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No domingo, Aspásia Camargo lançou oficialmente o seu nome na disputa. “Neste momento, estou empenhada em mostrar à cidade um partido verde que vem puro sangue. É um momento para puro sangue mesmo. A grande bandeira da sustentabilidade que a Rio+20 levantou tem que ser travada e colocada em prática. As cidades saíram na frente durante a conferência e foram as mais bem sucedidas em suas propostas. Temos que mostrar programa factível pra nossa cidade e reinventá-la”, disse Aspásia. “Muita coisa está sendo feita, mas fora de época. No centro, o esgoto brota das caneletas no século 18”, afirmou.

Mesmo os candidatos que evitam demonizar Paes e falar mais das propostas do partido para o Rio escorregam no discurso. O alvo de todos é um só: a atual gestão. A tarefa não será fácil. Paes conta com o apoio do governo estadual e federal e tem as obras para a Copa de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 em sua conta eleitoral. Uma nova versão da luta de Golias contra Davi está apenas começando. O resultado, como na história original, tende para o gigante. Mas, na hora do embate, a política pode se mostrar um jogo mais dinâmico do que a máquina do PMDB no Rio de Janeiro faz acreditar. É o que os candidatos a Davi torcem para que aconteça.

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