Um dos principais articuladores do plano de fuga de membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, chegou a ser detido pela polícia de São Paulo, mas foi liberado sem qualquer punição. Buda foi preso no início de janeiro, quando a polícia já sabia que ele era um dos responsáveis pelo plano de resgate de Marco Camacho, o Marcola – líder da facção -, e de outros três comparsas da Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista. Buda foi preso na Zona Norte da capital, após ser flagrado dirigindo com uma carteira de motorista falsa. O documento estava em nome de Aleksandro Marcelino Soares.
Levado para o 73º Distrito Policial, ele admitiu o uso do documento falso e confirmou que fugiu da penitenciária em que cumpria pena em regime semiaberto. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, Buda estava no Centro de Progressão Penitenciária de São José do Rio Preto e fugiu da unidade em 22 de fevereiro de 2010. A pena era de 12 anos de reclusão por porte ilegal de arma e dois roubos.
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Apesar de ser apontado como membro do PCC e coordenador do plano de fuga da facção, de estar foragido do sistema prisional e de ter sido flagrado com documento falso, Buda foi liberado na delegacia. Não havia nenhuma ordem de prisão contra ele, por isso não haveria motivo para mantê-lo preso.
Uma semana antes de ser detido com documento falso, Buda foi fotografado no Paraná pelos policiais que investigavam o plano de fuga dos membros do PCC.
Segundo relatório da inteligência das polícias Civil e Militar e do Ministério Público, Buda seria o responsável por montar a base de apoio para o plano de resgate e também de conseguir as aeronaves que seriam usadas na ação.
Segundo a investigação, o resgate seria feito com dois helicópteros. Os presos seriam içados do presídio por um cesto blindado e levados para uma pista de pouso. O percurso da fuga teria o Panará como ponto de apoio. Segundo a Segurança Pública, uma prisão temporária de Buda foi solicitada pela polícia após o vazamento o plano no final do mês passado, mas acabou indeferida pelo Poder Judiciário.