Envolto em polêmicas, o Palácio do Planalto voltou a ser o local de trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira. Durante a reforma, Lula despachou em um gabinete provisório instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e recebeu chefes de estado no Palácio do Itamaraty. O retorno – um ano e três meses depois no início das obras – não foi motivo de comemoração. O cerimonial da Presidência não preparou nenhum ato diante do fim da restauração do Palácio.
A discrição tem motivo. O retoque no Planalto foi motivo de briga e confusão entre representantes do governo e do escritório de Oscar Niemeyer. Os arquitetos não aprovaram a forma como as obras foram conduzidas pelos engenheiros e apontaram erros de execução. O Palácio ignorou as reclamações.
Também houve picuinhas com servidores de baixo escalão. Eles não queriam ser removidos do prédio onde Lula trabalha para o novo anexo. Na queda de braço, os funcionários saíram perdendo: assessores e subchefias não ligados diretamente ao presidente Lula ou a ministros tiveram que mudar de edifício. Com isso, os gabinetes ganharam mais espaço e organização.
Gastos – Outro problema foi a demora na finalização do projeto. A conclusão das obras do Palácio estava prevista para fevereiro. A ideia era que o presidente Lula retornasse ao prédio antes das festividades em comemoração aos 50 anos de Brasília, no dia 21 abril. Lula, todavia, só voltou seis meses depois do prazo previsto. O custo do empreendimento também mudou significativamente. A previsão de gastos, que era de 78 milhões de reais, saltou para um valor superior a 110 milhões de reais.
A sede do governo federal ganhou um estacionamento subterrâneo com 500 vagas, uma escada de emergência e novas instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias. A fachada do prédio foi restaurada e vidros e moveis substituídos ou reformados.