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Antes de Bolsonaro, lista da ‘Time’ já teve Lula, Dilma e Moro

Neste ano, o presidente Jair Bolsonaro está na lista da revista, que cita reformas econômicas e 'guerra cultural' pelo conservadorismo

Por Giovanna Romano Atualizado em 4 jun 2024, 16h32 - Publicado em 17 abr 2019, 14h13
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  • A revista americana Time elegeu, nesta quarta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2019. O veículo faz desde 1999 uma lista anual com personalidades de todo o globo após consulta a políticos, jornalista e acadêmicos.

    Bolsonaro foi o quarto brasileiro a ser eleito na categoria de “líder” ao longo dos vinte anos da lista. Antes estiveram na relação os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nos anos de 2004 e 2010, e Dilma Rousseff (PT), em 2011 e 2012. O então juiz Sergio Moro foi escolhido em 2016.

    O texto sobre Lula em 2004, assinado pelo jornalista Tim Padgett, afirmava que o ex-presidente “se tornou o novo porta-voz do mundo em desenvolvimento, um populista pragmático”. “Seus sucessos com as reformas da aposentadoria e impostos fizeram Wall Street querer sambar.” No texto, Lula também é colocado como uma história de superação por ter nascido em uma família pobre e ter virado o presidente do Brasil. Para o jornalista, ele tinha vários desafios difíceis e “assustadores”.

    Seis anos após o primeiro reconhecimento, Lula foi novamente selecionado para a lista. Em 2010, o cineasta americano Michael Moore escreveu sobre os motivos para que o petista entrasse na política: “Aos 25 anos, ele viu sua esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gravidez, junto com o filho, porque não podiam pagar por cuidados médicos decentes. Há uma lição aqui para os bilionários do mundo: deixem as pessoas terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para você”, dizia o texto.

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    Moore considerou o mandato de Lula como “irônico” e comparou o Brasil com os Estados Unidos. “Quando ele tenta impulsionar o Brasil para o Primeiro Mundo com programas sociais do governo como o Fome Zero, projetado para acabar com a fome, e com planos de melhorar a educação disponível para os membros da classe trabalhadora brasileira, os EUA parecem mais com o velho Terceiro Mundo todos os dias. O que Lula quer para o Brasil é o que costumávamos chamar de sonho americano”, termina.

    Nos dois anos seguintes, a ex-presidente Dilma Rousseff também foi selecionada como uma das 100 personalidades mais importantes. Ela foi destacada por ser a primeira mulher a governar o Brasil. “Não é fácil ser a primeira mulher a governar o seu país. (…) Também não é fácil governar uma nação emergente (…) É ainda tão mais difícil governar um país tão grande e globalmente relevante quanto o Brasil. Dilma Rousseff, 63 anos, tem tudo isso pela frente”, dizia o texto de 2011, assinado pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet.

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    Dilma foi escolhida novamente para a lista em 2012. O texto, dessa vez escrito pela então presidente da Argentina,

    Por um período de cinco anos, nenhuma liderança brasileira tinha sido escolhida para a lista. Em 2017, o editor internacional da revista Time Bryan Walsh escreveu o texto sobre o então juiz Sergio Moro – atual ministro da Justiça –, que o colocava como uma das principais personalidades do ano. Para o jornalista, apesar de os brasileiros glorificarem Moro, “ele é apenas um juiz” que “processou um escândalo de corrupção tão grande que poderia derrubar um presidente – e talvez mudar uma cultura de corrupção que há muito atrapalha o progresso de seu país”, a Operação Lava Jato.

    Em 2019, o texto que coloca o atual presidente como uma das 100 pessoas mais influentes do ano é assinado pelo cientista político Ian Bremmer. Bolsonaro é definido como um “personagem complexo”. Por um lado, ele é apresentado como “a melhor chance em uma geração de promulgar reformas econômicas capazes de conter o déficit crescente”. Por outro, é “garoto-propaganda de uma masculinidade tóxica e um ultraconservador homofóbico com a intenção de travar uma guerra cultural e talvez reverter os avanços do Brasil em atacar as mudanças climáticas”.

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