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Lava Jato indica que empresa de Lula pode ter alterado provas para levar justiça a erro

Ministério Público detectou que a LILS Palestras teve número de telefone alterado em cadastro da Receita Federal

Por Da Redação 5 abr 2016, 20h38

Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato encaminharam ao procurador-geral da República documentos que indicam que a empresa LILS Palestras, de propriedade do ex-presidente Lula, pode ter alterado provas no curso das investigações do petrolão para induzir a justiça a erro. Segundo o Ministério Público, nas apurações sobre possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente, foi pedido à justiça o monitoramento de diversas linhas telefônicas atribuídas ao petista, entre as quais um terminal originalmente identificado como da LILS. A própria empresa declarou à Receita federal, no cadastro de CNPJ, que este telefone era dela e, por isso, o juiz Sergio Moro autorizou que este número fosse grampeado nas investigações.

Até aquele momento, sustenta o MP, “encontra-se plenamente justificada a inclusão do referido terminal como vinculado à empresa LILS Palestras, eis que se tratava do telefone declarado pela própria empresa de forma oficial à Receita Federal”. Desde o monitoramento, porém, próceres do PT acusaram o juiz Moro e os investigadores da Lava Jato de terem monitorado ilegalmente um telefone do escritório do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula e a pessoa que intermediou a compra do sítio em Atibaia, imóvel que os investigadores dizem ser do ex-presidente. O sítio em Atibaia foi oficialmente adquirido em outubro de 2010 por Jonas Suassuna e Fernando Bittar, mas as investigações da Operação Lava Jato mostram que o imóvel pertence, na realidade, ao ex-presidente Lula.

Nas investigações, o MP afirmou que as únicas conversas que envolvem o terminal alvo de controvérsia e consideradas úteis para as investigações foram captadas porque outro número grampeado, desta vez um celular, também efetuou chamadas para o terminal atribuído à LILS. Os procuradores, porém, identificaram uma aparente tentativa de fraude da empresa de Lula ao tentar se desvincular do número grampeado. “Registre-se, por ser revelador da ausência de boa-fé dos investigados, o fato de que, posteriormente à discussão sobre o monitoramento deste terminal, ter sido alterada a indicação do telefone da empresa LILS Palestras no cadastro do CNPJ”, anotou o MP. Em consulta nesta segunda-feira, 4 de abril, os procuradores detectaram que o número antes citado pela própria LILS como sendo dela foi posteriormente alterado para um telefone inexistente – (00) 1111-1111.

“Tal situação, que revela possível alteração de provas, tem o único propósito de levar a erro as autoridades judiciais quanto à pertinência da indicação do terminal (…) à época da representação como sendo atribuído a LILS Palestras”, diz a força-tarefa da Lava Jato.

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O juiz Sergio Moro também se manifestou no caso e disse que, ao contrário do que alegam aliados do ex-presidente Lula, “são infundadas e maliciosas as alegações (…) de que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal monitoraram, de forma dissimulada, o telefone do escritório de advocacia de Roberto Teixeira, pessoa esta, diga-se de passagem, que também é objeto da investigação avocada pelo STF”.

“O MPF esclareceu que requereu a interceptação do terminal (…) diante das informações constantes no processo de que seria ele titularizado pela empresa LILS Palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive, segundo afirma, constava a indicação de tal número de telefone no cadastro CNPJ da empresa LILS. Chama, aliás, a atenção que o número de telefone foi recentemente alterado no cadastro CNPJ, como afirma o MPF”, conclui Moro.

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