Justiça eleitoral proíbe Renan Filho de fazer propaganda para o pai
Governador de Alagoas usou inserções para falar do senador que tenta a reeleição; candidato vai recorrer e culpa 'inconformismo de opositores' por decisão
A Justiça eleitoral proibiu o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), que concorre à reeleição, de usar suas inserções na TV e no rádio para fazer propaganda para o pai, o senador Renan Calheiros (MDB), que também tenta se eleger para mais um mandato.
Desde o dia 15 deste mês, a campanha do governador vinha veiculando uma peça de 30 segundos em que o candidato dizia que os estados travam, em momentos de crise, uma guerra em Brasília por mais recursos. “Nessas horas você pode ter certeza, muitos desses estados gostariam de ter um senador forte como o senador Renan”, diz o emedebista sobre seu pai, na inserção.
O candidato ao Senado Rodrigo Cunha (PSDB) entrou com uma representação no TRE-AL (Tribunal Regional Eleitoral) contra a campanha do governador alegando que ele “utiliza de todo o tempo de inserção destinado à propaganda de sua candidatura para promover exclusivamente a candidatura do segundo representado, seu pai”.
Em decisão liminar, o desembargador eleitoral Gustavo de Mendonça Gomes determinou a suspensão das peças, sob pena de 5.000 reais para cada nova veiculação. “Verdade que não existe existe a presença física do candidato ao Senado da República, mas toda a propaganda mostra-se direcionada a promover-lhe a candidatura e exaltar-lhe as qualidades, exatamente o escopo vedado pelo legislador”, afirma o magistrado em sua decisão.
Segundo a assessoria dos candidatos, a campanha do governador vai recorrer da decisão. “A ação é precária, carente de argumentos, e resultado apenas do inconformismo de opositores com a relação de parceria bem-sucedida entre o governo de Alagoas e a atuação do senador Renan em Brasília”, diz, em nota. Eles afirmam ainda que respeitam a lei eleitoral.
Renan Filho lidera a corrida para o governo de Alagoas com 65% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope, número que alcançou após a desistência de Fernando Collor de Mello (PTC) de concorrer, alegando falta de “reciprocidade” de seus aliados. Para o Senado, Renan Calheiros tem 39%, e Rodrigo Cunha (PSDB), 37%, de acordo com o mesmo levantamento. Dois senadores serão eleitos neste ano.