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Governo manobra e protela audiência do presidente da Caixa na Câmara

Previsão inicial era que Jorge Hereda fosse ouvido na Câmara nesta quarta-feira para explicar as falhas do Bolsa Família, mas a reunião acabou reagendada para julho

Por Gabriel Castro
11 jun 2013, 20h28

Em um momento de queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff, o governo federal tenta evitar uma crise envolvendo a antecipação de repasses do Bolsa Família, que gerou tumulto em ao menos doze estados no mês de maio. E parte importante do esforço para a redução de danos passa pelo Congresso Nacional.

Nos dias 18 e 19 de maio, milhares de beneficiários do programa compareceram a agências da Caixa Econômica Federal para tentar sacar recursos do Bolsa Família. As cenas de caos foram fruto de rumores de que o programa seria encerrado repentinamente. O fato de parte dos pagamentos ter sido antecipada ajudou a espalhar a informação falsa.

Ainda não está claro se os boatos foram espalhados de forma mal-intencionada ou se surgiram como fruto natural da antecipação imprevista nos repasses. Uma coisa é certa: a Caixa Econômica Federal mentiu sobre o episódio. O banco negou, por seguidas vezes, ter antecipado a liberação do Bolsa Familia. A direção da Caixa só admitiu o erro quando o jornal Folha de S. Paulo revelou a farsa, em 25 de maio.

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No Congresso, a oposição pediu a convocação da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, e da ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário – que acusou a oposição de espalhar os falsos rumores.

Como tem sido comum no governo Dilma, os aliados negociaram e obtiveram um acordo: Hereda iria à Câmara se a oposição desistisse de ouvir as ministras – e se o presidente da Caixa fosse convidado, não convocado. O acerto foi fechado e a Comissão de Fiscalização Financeira aprovou um requerimento de audiência pública com Hereda. Ele será ouvido em audiência pública conjunta com a Comissão de Seguridade Social – mas, sabe-se agora, somente depois que o tema já tiver saído do noticiário.

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Quando a Câmara aprovou o requerimento, na semana passada, a expectativa era de que Hereda comparecesse à casa já no dia 12 de junho. Agora, a data já foi remarcada para a semana de 3 de julho. O tempo, calculam os governistas, é suficiente para esfriar o assunto.

As duas comissões que ouvirão Hereda em reunião conjunta são presididas por aliados. Doutor Rosinha (PT-PR) é o responsável pela de Seguridade Social e foi encarregado de definir a data da audiência pública. Já a Comissão de Fiscalização Financeira tem Edinho Bez (PMDB-SC) como presidente.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) teme que a tática protelatória ocorra também no Senado – a Comissão de Fiscalização Financeira da casa aprovou nesta terça-feira um convite semelhante ao da Câmara, de autoria de Dias e de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). “Eles aprovam o convite mas nós precisamos ficar cobrando para marcarem a data”, queixa-se o tucano.

Paralelamente à apuração no Congresso, a Polícia Federal segue investigando as motivações do caos entre os beneficiários do Bolsa Família.

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