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Flordelis lança amiga e braço-direito como candidata a vereadora no Rio

Deputada Federal do PSD, suspeita de mandar matar o marido, quer eleger Paula do Vôlei para a Câmara municipal carioca

Por Cássio Bruno Atualizado em 8 out 2020, 20h15 - Publicado em 8 out 2020, 19h05

Apontada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, a deputada federal Flordelis (PSD) lançou a amiga e seu braço-direito na Câmara, em Brasília, como candidata a vereadora na capital na eleição municipal de novembro. Paula Neves Magalhães de Barros, a Paula do Vôlei, concorre pelo mesmo partido de Flordelis. Até 14 de agosto, Paula estava nomeada no gabinete da parlamentar, com salário de 7,5 mil reais, e deixou o cargo para disputar o pleito.

Paula do Vôlei faz parte de um projeto político organizado por Flordelis e pelo senador Arolde de Oliveira, presidente regional do PSD, de lançar candidatos em vários municípios do estado do Rio. Eleita deputada federal com 196.959 votos em 2018, Flordelis planejava disputar as prefeituras do Rio ou de São Gonçalo, na Região Metropolitana. No entanto, a morte de Anderson, na madrugada de 16 de junho, em Niterói, atrapalhou as pretensões da parlamentar.

Ex-jogadora de vôlei de 13 clubes e da Seleção Brasileira em categorias de base, Paula, de 38 anos, se apresenta aos eleitores com seguinte slogan de campanha: “Uma grande sacada para o Rio”. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela declarou não ter bens. Paula já ministrou cultos na igreja evangélica de Flordelis, que tem sede em São Gonçalo. Após a morte do pastor Anderson do Carmo, as duas se aproximaram ainda mais e a candidata a vereadora virou conselheira da deputada.

O PSD de Paula do Vôlei indicou o delegado Fernando Veloso, ex-comentarista de segurança da TV Globo, como vice na chapa do deputado federal e ex-nadador Luiz Lima, candidato a prefeito do Rio pelo PSL. Nas redes sociais, Lima pede votos para a aliada: “Paula, fico muito feliz. Vejo a possibilidade da Câmara de Vereadores (do Rio) renovar”, disse ele. Flordelis foi suspensa do PSD pelo presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, mas continua filiada.

Procurado por VEJA, Arolde de Oliveira está com Covid-19. Paula do Vôlei disse apenas que “na realidade, meu apoio sempre foi do partido no qual ela (Flordelis) faz parte”. “Eu tenho o apoio do partido como um todo”, ressaltou. Flordelis não quis se pronunciar. A assessoria da deputada afirmou que as duas não são amigas e que Paula “presta somente atendimento psicológico para a deputada”. VEJA, porém, mantém as informações.

Paula do Vôlei no Ministério Flordelis, em São Gonçalo (Divulgação/VEJA.com)

Nesta quinta-feira, 8, como mostrou VEJA, Flordelis começou a usar tornozeleira eletrônica. A deputada cumpriu a determinação da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. A decisão se baseou em um novo depoimento de uma testemunha do assassinato de Anderson que teria sofrido um atentado com artefato explosivo. A intenção seria intimidar Lucas dos Santos, filho adotivo da parlamentar e réu no processo de homicídio do pastor por ter conseguido a arma usada no crime.

Em agosto, reportagem de VEJA flagrou Flordelis violando decisão anterior da juíza sobre interromper contato com outros investigados. O Ministério Público confirmou que o descumprimento também influenciou na decisão de Nearis dos Santos Carvalho Arce.

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Flordelis tem imunidade parlamentar. Em setembro, foi aberto um processo disciplinar contra a deputada na Câmara. Ela já foi notificada. O caso também terá de passar pela Mesa Diretora, Comissão de Ética e plenário para saber se Flordelis perderá ou não o mandato. Só então, se houver um pedido de prisão do Ministério Público, ela poderá ir para a cadeia ou não.

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