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“Eu não peço certas coisas. Eu mando”, diz Bolsonaro sobre Inpe

O presidente afirmou que "não tinha mais clima" para que Ricardo Galvão permanecesse no cargo e confirmou que o diretor foi demitido a pedido dele

Por Da Redação Atualizado em 16 jan 2020, 13h36 - Publicado em 4 ago 2019, 13h47
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  • O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, 4, que determinou a exoneração do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, ao ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. De acordo com Bolsonaro, o presidente da República deveria ter sido avisado antes da divulgação de dados do instituto, que apontaram um aumento de 88% no desmatamento no país em junho em relação ao mesmo período no ano passado. Disse ainda que “não havia mais clima” para a manutenção de Galvão no cargo.

    “Eu não peço certas coisas. Eu mando. Por isso que sou presidente. Após as declarações dele a meu respeito, pessoais, não tinha clima para continuar mais, não tinha clima”, disse ao deixar o Palácio da Alvorada.

    Apesar da contestação dos resultados divulgados pelo Inpe, Bolsonaro negou que tenha censurado as informações referentes ao aumento da degradação ambiental do país. Eu não censurei, eu não disse que não tinha que divulgar, mas a forma com que foi divulgado, com áreas sobrepostas, áreas acumuladas, é complicado. Não é a posição de um brasileiro que quer servir a sua pátria (e) está preocupado com os negócios do Brasil. É lamentável”, disse.

    Ele alegou que a divulgação serviria para “desacreditar o Brasil” no exterior. “Estamos adiantados com Mercosul, com Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, isso dá um freio na gente, perde todo mundo”, justificou, referindo-se a negociacões comerciais que estão em curso e àquelas ainda pleiteadas.

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    “Eu acho até que se um funcionário como ele descobre um dado desse, ele tinha que chegar apavorado até para os ministros para falar olha o que vai estourar, o que a gente vai divulgar, o absurdo. Avisa o presidente para não ser surpreendido”, disse. Segundo o presidente, o próximo diretor do Inpe será escolhido por Marcos Pontes.

    Na sexta-feira, Galvão anunciou que deixaria o comando do instituto depois de uma série de embates públicos com Bolsonaro. Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal criticou o presidente pela exoneração e defendeu a atuação do Inpe, cujos méritos são reconhecidos pela comunidade científica mundial. Em uma nota assinada pelo subprocurador-geral da República, Nívio de Freitas, o órgão exalta a atuação do Inpe, afirmando que os laudos, produzidos há longos anos, “são totalmente confiáveis, e cientificamente inatacáveis”.

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    Na manhã deste domingo, o presidente esteve em um culto evangélico na Igreja Apostólica Fonte da Vida, onde voltou a defender a legalização do garimpo no Brasil. O próprio presidente, quando ainda militar da ativa, embrenhou-se na atividade na Bahia, durante um período de férias. Mas nada encontrou.

    “Fizemos uma pesquisa e 70% das pessoas é contra legalizar o garimpo. Mas é preciso conhecer a realidade daquelas regiões. Vão continuar existindo na Amazônia garimpeiros que só sabem fazer isso. A legalização vai dar dignidade a eles”, afirmou. Bolsonaro também voltou a dizer que o governo irá questionar contratos firmados por administrações anteriores para estrangeiros explorarem minas de nióbio no Brasil.

    (Com Estadão Conteúdo)

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