Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Em plano para 2022, PT prega mais gasto público e recriação de ministérios

Documento também diz que ‘há tutela militar do poder civil’ no governo Bolsonaro, defende lei pró-democracia e insiste na anulação de sentença contra Lula

Por Edoardo Ghirotto, Daniel Haidar Atualizado em 21 set 2020, 15h27 - Publicado em 21 set 2020, 13h45

Estilhaçado pela derrota nas eleições presidenciais de 2018 e pela falta de candidaturas viáveis para daqui a dois anos, o PT resolveu revidar com um novo plano de iniciativas para recuperar o poder. A proposta, batizada de “Plano de reconstrução e transformação do Brasil”, lista uma série de ações que o partido considera essenciais para “reconstruir o Brasil”, mas acaba repetindo no documento inúmeras propostas defendidas nos últimos anos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por setores majoritários da legenda. De qualquer jeito, o objetivo é que esse plano seja a base programática da candidatura presidencial petista em 2022, com Lula ou não.

Tanto na área econômica quanto na administrativa, o PT defende mais gastos e maior presença do poder público. A legenda afirma, por exemplo, que defenderá a necessidade de que “o estado deve atuar em favor do desenvolvimento, diretamente ou por meio de suas empresas, realizando ou financiando investimentos transformadores da realidade social e econômica”. Para a sigla, a realização de obras públicas será um dos vetores de seu plano econômico por ser um “instrumento altamente eficiente para a redução da desigualdade”. A linha discursiva é muito semelhante à que a ala desenvolvimentista do governo Jair Bolsonaro tem adotado para convencer o presidente a optar por essa modalidade econômica, em vez de priorizar a linha liberal que é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O PT defende não apenas a flexibilização de metas fiscais, mas a adoção de medidas como o “financiamento e o uso dos recursos da conta de equalização cambial e os ganhos patrimoniais das reservas internacionais para viabilizar o financiamento dos gastos necessários ao enfrentamento dos efeitos da Covid-19”. A sigla também cita os “cerca de 380 bilhões de dólares de reservas cambiais acumuladas nos governos do PT” para dizer que “o país não está quebrado” e que “não há risco de insolvência da dívida externa, como ocorreu em vários momentos de nosso passado”.

Continua após a publicidade

Sobre a máquina pública, uma das propostas é aumentar o número de pastas com status de ministério no governo, como as do Trabalho, da Política para as Mulheres, de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e da Cultura.

Lula

Como esperado, o PT repete no documento a defesa da anulação da sentença que condenou o ex-presidente Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá e que o mantém inelegível com base na Lei da Ficha Limpa – por esse mesmo motivo, sua candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2018. Segundo o documento, a absolvição de Lula seria uma forma de defender o combate à corrupção. “O efetivo combate à corrupção no Brasil exige, fundamentalmente, o resgate da credibilidade do sistema judicial do país, com a anulação da sentença ilegal e arbitrária contra Lula, por meios do julgamento dos habeas corpus impetrados no Supremo Tribunal Federal contra a suspeição de Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato de Curitiba”, diz o documento elaborado pela Fundação Perseu Abramo e pela cúpula do PT.

A crítica ao governo Bolsonaro, chamado de “fascista e obscurantista”, é o principal eixo do documento. O partido argumenta que o país vive um “cenário de instabilidade”, com “tutela militar do poder civil” e pelo “bolsonarismo fascistóide e saudosista da ditadura, da repressão e da tortura”. Por isso, o PT defende que a grande prioridade do momento deve ser a defesa das liberdades democráticas. Para isso, propõe a criação de uma Lei de Defesa do Estado de Direito, que supostamente tentaria coibir ameaças contra a democracia brasileira. A proposta seria, em conjunto, revogar a Lei de Segurança Nacional e instituir uma legislação que puna quem faça apologias à tortura e quem defenda a intolerância ou revisionismos históricos de natureza ditatorial.

Mídias

No documento, o PT voltou a falar em “regulamentar o acesso e a utilização dos meios eletrônicos de comunicação”, mas já ressaltou que isso não será “censura, como argumentam falaciosamente”. Em uma espécie de sinalização à retomada do auxílio a blogueiros simpáticos ao petismo, que marcou as gestões de Lula e Dilma Rousseff – e que também ocorreu no governo Bolsonaro -,, o plano também fala em “fortalecer pequenas e médias empresas, além de mídias alternativas”.

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.