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Em evento sobre adoção, Damares ironiza: ‘Não sequestrei criança… ainda’

Ministra afirmou que pasta deverá lançar campanha para incentivar a adoção de crianças com mais de 3 anos, usando como mote experiências bem-sucedidas

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 22 Maio 2019, 15h39 - Publicado em 21 Maio 2019, 22h30

Ao lado da filha adotiva, Lulu, a ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou nesta terça-feira, 21, de forma irônica que “ainda” não havia sequestrado crianças. “Eu trabalho com crianças indígenas. A gente acolhe as crianças que estão em situação de risco. Todas as crianças que salvamos nesses quinze anos, nenhuma foi sequestrada. Eu nunca sequestrei uma criança… ainda”, disse, provocando risadas na plateia durante o seminário “9 meses de Adoção: Família para todos”, organizado pela Comissão de Seguridade e Família da Câmara.

A intenção era discutir iniciativas para reduzir a burocracia na adoção. A meta do governo é de que todo processo possa ser concretizado em, no máximo, nove meses contados a partir da destituição do pátrio poder. Durante o evento, a ministra falou sobre sua experiência. “Eu sou mãe adotiva. Minha adoção é extraordinária. Quando adotei, minha filha já tinha seis anos. A imprensa fala que eu sequestrei ela (sic), mas não sequestrei.”

Em janeiro, uma reportagem mostrou que indígenas da aldeia kamayura afirmaram que Damares e uma amiga visitaram a comunidade como missionárias e, dizendo estar preocupadas com a saúde bucal de Lulu, então com 6 anos, levaram a menina para fazer tratamento dentário na cidade. De acordo com relatos de familiares à revista, a promessa era de mais tarde trazê-la de volta para a comunidade, o que não ocorreu. O ministério afirma que Lulu saiu da aldeia com a anuência de todos os familiares, acompanhada de parentes.

“Uma delas não podia ficar, porque era brava. Ela não falava a nossa língua”, relatou Damares para a plateia. De acordo com a ministra, a decisão de ficar com Lulu foi tomada diante da informação de que a menina seria levada de volta para a aldeia. “Tinha cinco minutos para decidir. Ou levava essa menina para a aldeia ou para minha casa. A minha gestação durou cinco minutos” completou. A adoção de Lulu, que completou 21 anos ontem, nunca foi formalizada.

A ministra afirmou que sua pasta deverá lançar uma campanha para incentivar a adoção de crianças com mais de 3 anos, usando como mote várias experiências bem-sucedidas. “Como a minha. Eu fui mãe quando minha filha já tinha 6 anos. Dá muito certo a adoção tardia.” A intenção do programa é também incentivar a adoção de crianças com limitações físicas ou mentais que, na avaliação de Damares, são preteridas no processo de adoção. “As políticas públicas vão também alcançar os abrigos”, disse, ao fim da participação no evento. Para tornar mais ágil a adoção, será preciso alterar limitações impostas na lei. “O tempo desestimula, é angustiante. Há pais que ficam seis anos na fila de adoção.

Com pelo menos vinte pastores, o evento desta tarde reuniu deputados da bancada evangélica. Na plateia, muitas pessoas interrompiam as apresentações com gritos de “aleluia” ou “só Deus”. A cantora gospel Bruna Karla cantou duas músicas. A presença de Lulu no seminário foi classificada de “surpresa” por Damares. “Quando olhei, vi ali minha filha tietando a Bruna Carla.”

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