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Em denúncia, Barbosa afirmou que Dirceu era ‘comandante supremo’ do mensalão

Relator do processo do mensalão disse, em 2007, que o ex-ministro "de tudo sabia"

Por Laryssa Borges e Gabriel Castro
15 ago 2012, 16h51
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  • “(Dirceu) Era o mentor e comandante supremo de toda a trama em que outros personagens faziam o papel de meros auxiliares”

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    Relator do mais grave escândalo político do governo Lula, o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), já delineou, ainda em 2007, quando a Corte analisou o então inquérito do mensalão, o que ele acredita ser o papel do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no esquema. “Dirceu de tudo sabia, e mais, mantinha contatos de alto nível com a cúpula da instituição financeira viabilizadora (Banco Rural) das transações espúrias fartamente documentadas nos autos”, resumiu o ministro na ocasião.

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    Embora em seu voto na aceitação da denúncia tenha ressalvado por diversas vezes de que, naquela fase, bastavam indícios de autoria, o magistrado constatou que o ex-todo-poderoso do governo Lula “era o mentor e comandante supremo de toda a trama em que outros personagens faziam o papel de meros auxiliares”.

    A manifestação de Joaquim Barbosa, seguida pelos demais ministros do tribunal, culminou com a transformação de 40 denunciados em réus. Nesta quarta-feira, quando o STF começa a análise da culpabilidade de cada um deles, os magistrados vão avaliar se 38 políticos, empresários e dirigentes partidários integraram o que o Ministério Público classificou como uma “sofisticada organização criminosa”.

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    Desde 2007, quando o STF aceitou a denúncia da procuradoria-geral da República contra os mensaleiros, Barbosa tenta aplacar eventuais dúvidas quanto ao papel central desempenhado por José Dirceu e pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, no esquema do mensalão. Já naquela época ele rejeitou a tese de que as movimentações financeiras tinham como único objetivo o pagamento de dívidas de campanha.

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    “Por que essas reuniões sobre futuras campanhas petistas não se realizaram na sede do PT em São Paulo, mas sim em hotéis daquela cidade? O inusitado desta escolha desperta dúvida sobre o verdadeiro assunto que nelas se discutia”, asseverou em plenário na época.

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    “O recebimento de enormes quantias em dinheiro de um partido político (PT) por parlamentares de um outro partido político (PTB), de origem obscura e destino ignorado, não se justifica pela simples declaração de que o dinheiro é ‘para despesas de campanha'”, disse.

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    Em seu voto na época, Joaquim Barbosa afirmou ainda que as provas constantes no inquérito que os acordos financeiros com os partidos aliados dependiam da autorização de Dirceu, o que tornaria evidente que o petista tinha responsabilidade sobre os crimes: “os elementos coligidos na fase investigatória estão a indicar que o modus operandi do repasse de recursos avençado entre PT e PL, PL e PTB não prescindia da ciência e do aval do denunciado José Dirceu”.

    “Há indícios no sentido de que as grandes decisões políticas do Partido dos Trabalhadores eram todas avalizadas pelo denunciado José Dirceu, inclusive no que concerne a acordos político-financeiros com outros partidos”, completou o ministro.

    O relator também apontou que, sob o comando de Dirceu, Delúbio era, de forma inconteste, o responsável por distribuir a partidos aliados os recursos arrecadados por meio do valerioduto. “Está clara a descrição da conduta do acusado Delúbio Soares, que seria justamente aquele que determinava, para Marcos Valério e seus sócios, a quais pessoas os recursos deveriam ser distribuídos”, afirmou Barbosa em 2007. Na fase de aceitação da denúncia, o ministro colocou em xeque a tese de que o publicitário Marcos Valério não negociava os detalhes do esquema criminoso com Dirceu.

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    “Ofende o senso comum conferir credibilidade à tese de que um homem como Marcos Valério tenha se dirigido diversas vezes à ante-sala de Dirceu pura e simplesmente para trocar algumas palavras com sua secretária”, disse. “O acusado Marcos Valério foi o grande pivô de toda essa sistemática de transferência ilegal de recursos financeiros ao PT e a parlamentares”, resumiu Joaquim Barbosa.

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