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Em ano eleitoral, Dilma turbina gasto com publicidade

Montante até maio é 61,84% superior ao valor desembolsado no mesmo período de 2013. Gastança segue alta: em junho, até dia 17, conta ficou em R$ 28,1 mi

Por Carolina Farina 19 jun 2014, 12h07

No ano em que a presidente Dilma Rousseff disputa a reeleição, o Palácio do Planalto acelerou seus gastos com autopromoção: de janeiro a maio, a Presidência da República desembolsou 92,3 milhões de reais em publicidade institucional. O montante representa um salto de 61,84% em relação ao mesmo período em 2013, quando mais de 57 milhões de reais foram pagos, segundo levantamento feito pela ONG Contas Abertas a pedido do site de VEJA. Em relação a 2011, quando 39,7 milhões de reais foram usados de janeiro a maio para promover ações da Presidência, o aumento foi de 132,51%.

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O valor planejado pelo Planalto para a publicidade institucional é ainda maior: 201,2 milhões de reais. A cifra se refere ao montante empenhado (jargão orçamentário para um compromisso de gasto) até maio. Os 92,3 milhões de reais referem-se, portanto, àquilo que foi realmente pago pela Presidência. O levantamento do Contas Abertas leva em conta apenas os gastos da Presidência, excluindo-se ministérios.

O levantamento indica ainda que os gastos seguem a todo vapor. No mês de junho, até o dia 17, o Planalto gastou 28,1 milhões de reais em publicidade institucional. O valor é 77,8% superior ao montante gasto nos trinta dias de junho do ano passado – 15,8 milhões de reais. A cifra desembolsada até a segunda quinzena deste mês já supera os montantes gastos em cada um dos meses anteriores. Junho não é apenas o mês em que começou a Copa do Mundo no país – evento celebrado repetidamente em propagandas oficiais e discursos de Dilma -, como também o último em que a publicidade institucional é liberada pela legislação eleitoral. Esse tipo de publicidade é vetado nos três meses anteriores ao pleito.

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Preparação – Também pela lei, o governo só pode gastar em publicidade em ano eleitoral aquilo que já foi gasto no ano anterior. Tamanha elevação das despesas com publicidade em 2014 é, portanto, um reflexo da corda que Dilma começou esticar no passado, quando desembolsou 186,2 milhões de reais com publicidade institucional – e 952,2 milhões de reais no total, se somada a de utilidade pública.

Na terça-feira da semana passada, Dilma utilizou-se de um pronunciamento nacional e rádio e televisão para emitir um discurso eleitoreiro. A pretexto de comemorar o início da Copa do Mundo, que ocorreria dali a dois dias, a presidente deu lugar à candidata e, por dez minutos, promoveu seu governo e atacou os críticos, que chamou de “pessimistas”. O mesmo discurso – com dados inflados pelo governo – foi repetido em um palanque em Salvador e no programa semanal de rádio da Presidência, que foi ao ar nesta segunda-feira. Dilma só vai oficializar sua candidatura neste sábado, em convenção do PT. Mas a promoção de sua imagem por meio das prerrogativas do cargo já está a todo vapor.

Padilha – A publicidade institucional tem o objetivo de divulgar informações sobre atos, obras, programas, metas e resultados de governo. Já a publicidade de utilidade pública tem a função de informar, orientar, prevenir e alertar a população sobre temas específicos. Nesse quesito, o campeão de gastos é o Ministério da Saúde, comandado até o final de janeiro por Alexandre Padilha, que deixou o cargo para concorrer ao governo de São Paulo pelo PT. A pasta foi a campeã de gastos com publicidade entre todos os ministérios em 2013: 226,8 milhões de reais. E se mantém à frente também em 2014 – 103,8 milhões de reais até 17 de junho.

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Em janeiro, prestes a deixar o comando da Saúde, Padilha usou uma campanha de vacinação contra o HPV como pretexto para fazer propaganda eleitoral antecipada em cadeia de rádio e televisão. Ele falou durante quatro minutos em horário nobre e não deixou de lado sequer a gravata vermelha. Em tom eleitoral, Padilha não se restringiu à vacina. Falou do programa Saúde Não Tem Preço, que distribui medicamentos gratuitamente, e destacou o Mais Médicos, principal bandeira de sua futura campanha eleitoral.

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