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Dilma sobe ao palanque e inaugura metrô incompleto em Salvador

Presidente fez discurso de promoção da Copa e de seu governo. Dos 33,4 quilômetros previstos, somente 7,3 foram inaugurados - catorze anos depois

Por Da Redação
11 jun 2014, 12h57

Um dia depois de transmitir em cadeia nacional um discurso eleitoreiro, Dilma Rousseff, a presidente-candidata, subiu ao palanque nesta quarta-feira ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner, para inaugurar o metrô de Salvador. Durante o discurso, Dilma dedicou poucas palavras à obra que inaugurava e celebrou o legado do Mundial para o país, esquecendo-se das muitas obras de infraestrutura que não entregou, e das que o fez às custas de muito dinheiro desperdiçado. “As obras são para o Brasil. Durante esse mês serão usadas pela Copa, porque somos um país que sabe receber bem”, afirmou a presidente. O metrô inaugurado nesta quarta está em obras há 14 anos. Nem todo esse tempo foi suficiente para que o sistema fosse finalizado: apenas 7,3 quilômetros de linha estão prontos, trecho que compreende cinco estações da Linha 1: Lapa, Campo da pólvora, Brotas, Acesso Norte e Retiro, estação que também está inacabada.

Como já é de praxe, a retórica rancorosa de Dilma foi utilizada para criticar os que afirmaram que os estádios não ficariam prontos a tempo. E, é claro, os governos anteriores. Esquecendo-se que seu antecessor Lula ficou oito anos no poder, a presidente afirmou que até agora o governo federal investia pouco em mobilidade urbana, já que essa é uma atribuição de Estados e municípios. Afirmou ainda que, ao contrário das “previsões pessimistas”, não haverá racionamento de energia nem durante nem depois da Copa. Dilma aproveita o conforto do palanque aliado e da TV para exaltar a Copa do Mundo porque provavelmente não falará na abertura do Mundial. De acordo com a Fifa, não estão programados discursos de Joseph Blatter, presidente da Fifa, ou da petista. Para evitar receber vaias como na abertura da Copa das Confederações, no ano passado, em Brasília, Dilma quebrará nesta quinta-feira uma tradição recente do evento, que contou com declarações de presidentes e primeiros-ministros nas últimas duas décadas

Inauguração – A presidente também manifestou preocupação com protestos que terminam em vandalismo durante o Mundial de futebol. “Não teremos a menor contemplação com quem achar que pode praticar ato de vandalismo”, disse. A Abin e o Palácio do Planalto têm monitorado protestos e a ação de baderneiros em manifestações diversas. Homens do Exército e da Força Nacional de Segurança estão nas ruas desde a semana passada acompanhando a movimentação das delegações estrangeiras pelo país. “O governo federal vai garantir a segurança de todos os turistas”, afirmou.

Dilma percorreu ao lado de Wagner o trecho inaugurado. O projeto inicial previa 33,4 quilômetros de extensão, com dezenove estações. Wagner, no entanto afirma que serão cerca de 42 quilômetros. A conclusão das obras, com a inauguração da Linha 2, contudo, ficará para 2017. Os doze quilômetros que compõem a Linha 1 têm previsão de finalização para janeiro de 2015.

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A viagem inaugural estava marcada para as 10 horas, mas começou com atraso. O trajeto percorrido pela presidente partiu da estação Lapa chegando a Retiro. Mas não será assim para os passageiros comuns: por estar inacabada, a estação final da linha terá horários ainda mais restritos do que as demais na fase de testes – o período de liberação ainda não foi informado. Os passageiros poderão, a partir desta quarta, utilizar o sistema de forma “assistida” até 15 de setembro. O tempo é necessário para que a concessionária CCR Metrô Bahia realize todos os ajustes necessários. Até lá a passagem será gratuita. “Depois teremos que coçar o bolso para andar de metrô”, afirmou Wagner no discurso de inauguração. Em dias de jogos da Copa em Salvador somente poderão utilizar o serviço torcedores que vierem de ônibus fretado e se cadastrarem no site da Transalvador.

A CCR foi a concessionária vencedora da licitação realizada em outubro do ano passado para tocar as obras da Linha 1 e implantar a Linha 2. O contrato estabelece a concessão do sistema por trinta anos. Embora o sistema esteja catorze anos atrasado, Wagner elogiou a rápida entrega do sistema pela CCR. “Queria agradecer a equipe CCR pela rapidez e como vestiram nossa camisa. A festa está completa e que a gente mostre que baiano é bom de serviço. O metrô está rodando em tempo recorde, apenas seis meses depois que a CCR começou a trabalhar”.

Discurso – Dilma também pareceu ignorar a extensão mínima do sistema entregue nesta quarta: “O povo chamava o metrô de calça curta. Mas estamos lançando aqui um metrô calça comprida. A Linha 1 é o metrô calça comprida”. A presidente elogiou ainda a agilidade com que o governo do Estado solucionou o problema do metrô, ainda que a administração estadual tenha assumido o controle apenas em 2013, quando a obra já somava treze anos.

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Com menos da metade do projeto entregue, faltam ainda catorze estações a serem construídas, que deverão levar passageiros até o município Lauro de Freitas, na Região Metropolitana da Bahia, estação final da linha 2 do sistema. “Somente ano passado o governo do Estado resolveu assumir este problema, em função da demora na entrega”, disse Carlos Martins, presidente da Companhia de Transporte de Salvador.

Apesar de inaugurado, o metrô funcionará apenas quatro horas por dia até o final de junho, passando para oito horas até setembro. Além disso, o intervalo entre um trem e outro será de valiosos dez minutos. Nada que desanime a presidente: “Vamos buscar o nosso hexacampeonato! Vamos buscar a nossa taça”, finalizou Dilma.

Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

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Dilma não vai nem dizer “Boa tarde!”, ou o Itaquerão será inaugurado para o mundo com uma vaia como nunca antes na história “destepaiz”

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