Doze presos em operação contra black blocs são soltos no Rio
Eles fazem parte do grupo de 28 pessoas que tiveram a prisão temporária decretada por planejar atos violentos em protesto marcado para final da Copa
Doze ativistas detidos pela polícia do Rio de Janeiro no sábado deixaram a cadeia na madrugada desta quinta-feira, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Estado. Eles fazem parte do grupo de 28 pessoas que tiveram a prisão temporária decretada por cinco dias por planejar atos violentos em protesto marcado para o dia da final da Copa. Os mandados de prisão foram solicitados pelo delegado Alessandro Thiers e pelo promotor Luís Otávio Figueira. Na terça-feira o desembargador Siro Darlan concedeu habeas corpus aos doze.
O desembargador afirmou ao site de VEJA na quarta-feira que não examinou “o mérito” das acusações feitas pela polícia contra as 28 pessoas investigadas por crimes ocorridos em manifestações de rua e pelo planejamento de novos atos violentos durante a final da Copa no Rio de Janeiro. “Em habeas corpus, não tenho que analisar prova. Essa decisão vai ser submetida ao colegiado da Câmara Criminal e aí sim darei o voto. Um relator pode deferir liminar e pedir informações depois”, afirmou. Na decisão, ele determinou o envio dessas informações em até 72 horas posteriores à libertação.
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Permanecem atrás das grades Elisa Quadros, a Sininho, Tiago Teixeira Neves da Rocha, Eduarda Oliveira Castro de Souza, Camila Rodrigues Jourdan, professora de filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e o namorado dela, Igor Pereira D’Icarahy. O casal foi preso em flagrante com uma bomba caseira em sua residência. Conforme revelou o site de VEJA, um laudo do Esquadrão Antibombas mostrou que a dupla tinha um artefato explosivo com grande capacidade de provocar mortes. A bomba foi fabricada com 140 gramas de pólvora – para se ter uma ideia, o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade em fevereiro deste ano continha 60 gramas.
Na quarta-feira o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal da Capital do Rio determinou a prorrogação da prisão temporária dos cinco black blocs. A delegada Renata Araújo, responsável pelo inquérito, defendeu que, em liberdade, os manifestantes poderiam prejudicar as investigações – nove black blocs ainda são considerados foragidos. “Algumas pessoas precisam ficar presas porque é imprescindível para a investigação. Outros não foram sequer localizados”, afirmou a delegada.
Operação – Para a realização da operação no sábado, a polícia obteve 26 mandados de prisão temporária e duas ordens de busca e apreensão contra adolescentes. De acordo com a versão policial, os 28 investigados são responsáveis por crimes em manifestações e planejavam novos atos violentos em protesto na final da Copa. “As pessoas foram presas por atos passados e não somente pelo que iriam fazer. A possibilidade de ocorrer um novo crime era evidente e reforçou as provas da investigação”, afirmou a delegada.