Doria dá ‘apoio total’ a Marconi Perillo para presidir PSDB
Prefeito espera ver governador de Goiás à frente do PSDB em cerca de dois meses; atual presidente, Tasso Jereissati é pressionado por aliados de Aécio Neves
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), cotado para ser candidato à Presidência da República em 2018, declarou nesta terça-feira que apoia o nome do governador de Goiás, Marconi Perillo, para presidir o PSDB. A convenção nacional do partido está marcada para dezembro. O presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), é pressionado pelo grupo de Aécio Neves (MG), presidente licenciado, a deixar o comando da legenda.
“Apoio total a Marconi Perillo para presidir o PSDB. Sem ferimentos a ninguém”, disse Doria. O prefeito da capital paulista também defende a antecipação da convenção nacional para outubro, o que, paradoxalmente, poderia prejudicar o plano dele de ver o aliado no cargo – Perillo preferiria assumir o posto mais perto da sua saída do governo de Goiás, prevista para abril. Doria e o goiano são amigos pessoais e conversam quase diariamente sobre a crise política e o PSDB
A proposta do prefeito não tem respaldo na Executiva tucana. Pelo calendário apresentado pelo partido, as convenções municipais da legenda acontecerão em outubro, as estaduais em novembro e as nacionais, em dezembro. Jereissati já disse a aliados que apoia a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para a Presidência em 2018.
A ala do PSDB que defende o rompimento com o governo Michel Temer (PMDB) quer que Jereissati permaneça no comando do partido em caráter definitivo depois da convenção. O novo presidente do PSDB terá papel determinante na escolha do candidato presidencial.
Encontro
Um grupo de tucanos contrários à permanência de Jereissati à frente da sigla – incluindo Perillo – se reuniu na noite desta segunda-feira na casa do deputado Giuseppe Vecci (GO), um dos vice-presidentes do partido, também cotado para assumir a presidência. Estiveram presentes os ministros das Cidades, Bruno Araújo, e da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e um grupo de parlamentares.
Próximo a Aécio, o deputado Marcus Pestana (MG) falou abertamente sobre a articulação para que Jereissati deixe o comando do partido. “Infelizmente, caminhamos para um impasse. Tasso agiu por seis vezes em curto espaço de tempo contra a posição majoritária. Agora, ou ele se afasta e prevalece a visão da maioria, ou ele fica e o partido saí esfacelado do governo”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)